Laurentino Dias, candidato à presidência do COP (Comité Olímpico de Portugal), lamentou esta segunda-feira a recusa de Fernando Gomes em participar em debates, lembrando as «obrigações indeclináveis» de quem quer liderar a associação.

Em comunicado, o líder da lista A sublinhou ter recebido «quatro convites para debates públicos com Fernando Gomes (lista B), aos quais deu resposta positiva», no entanto, «lamentavelmente, até agora, Fernando Gomes não aceitou nem um só».

O mesmo responsável lembra que «a transparência e o debate público são obrigações indeclináveis de quem pretende dirigir uma instituição de interesse nacional e público como o Comité Olímpico», além de «uma exigência da vida democrática das instituições».

«O movimento olímpico deve ser conduzido com limpidez e abertura. A sociedade civil e os membros do COP merecem ouvir e questionar, de forma aberta e honesta, as propostas de quem se candidata a liderar o futuro do Desporto em Portugal. É verdadeiramente incompreensível que Fernando Gomes não se disponha a conversar sobre o seu programa», prosseguiu, antes de recordar o passado do dirigente na FPF.

«Não queremos acreditar que em tantos anos à frente da Federação Portuguesa de Futebol a sua liderança seja a de quem tudo decide sozinho sem ouvir os demais, sem debater o que pensa – enfim a liderança de um homem absolutamente só.  Estamos convencidos de que não é esse o tipo de experiência/liderança que falta ao COP», argumentou.

Leia o comunicado na íntegra:

«No quadro da campanha eleitoral em curso para o Comité Olímpico, Laurentino Dias (Lista A) recebeu quatro convites para debates públicos com Fernando Gomes (Lista B), aos quais deu resposta positiva a todos. Lamentavelmente, até agora, Fernando Gomes não aceitou nem UM SÓ debate.  

Os pedidos de debate foram formulados pela Universidade Europeia, ISCTE, jornal Record e CNID, tendo a lista A imediatamente comunicado a confirmação da sua comparência em todos estes debates propostos, agradecendo naturalmente o interesse – interesse esse que é de todos, porque a transparência e o debate público são obrigações indeclináveis de quem pretende dirigir uma instituição de interesse nacional e público como o Comité Olímpico.  

As eleições, todas as eleições, não podem ser um exercício de gestão privada ou oculta dos mais diversos poderes, mas antes o assumir público de compromissos e propostas.  O debate é uma exigência da vida democrática das instituições e mais ainda quando se trata de um Comité Olímpico. Os atletas, treinadores, dirigentes desportivos têm o direito a saber, pelo confronto saudável e aberto, qual das candidaturas tem melhores condições para vencer o desafio futuro.  

As propostas que cada candidatura apresenta no seu programa não são para ficar apenas no papel e por isso beneficiariam com certeza do debate público e franco entre as duas candidaturas sobre a visão que pretendem imprimir ao COP, as prioridades que estabelecem, os argumentos que têm e as suas ideias para desenvolver o movimento olímpico, esclarecendo as respetivas diferenças com transparência para que todos possam escolher em plena consciência qual o melhor projeto. 

Estes princípios, ou seja, a transparência, o debate de ideias e a clareza de projetos norteiam também o espírito olímpico – são-lhe mesmo inerentes. Contudo, como referido, lamentavelmente, até agora, Fernando Gomes não aceitou nem UM SÓ debate. Nem mesmo o do CNID - Associação dos Jornalistas de Desporto -, que é membro extraordinário do COP. 

O movimento olímpico deve ser conduzido com limpidez e abertura. A sociedade civil e os membros do COP merecem ouvir e questionar, de forma aberta e honesta, as propostas de quem se candidata a liderar o futuro do Desporto em Portugal. É verdadeiramente incompreensível que Fernando Gomes não se disponha a conversar sobre o seu programa. 

Não queremos acreditar que em tantos anos à frente da Federação Portuguesa de Futebol a sua liderança seja a de quem tudo decide sozinho sem ouvir os demais, sem debater o que pensa – enfim a liderança de um homem absolutamente só.  Estamos convencidos de que não é esse o tipo de experiência/liderança que falta ao COP.  

Em nossa opinião, deverá ter-se tratado de algum impedimento extraordinário para que Fernando Gomes se visse obrigado a declinar estes quatro convites.

Por isso, reiteramos que Laurentino Dias, e a sua Lista A, está completamente disponível para participar em todos os debates, em qualquer formato, em qualquer dia que Fernando Gomes entenda ser o mais conveniente.  

E espera que a sua atitude seja também um convite para que todos os envolvidos na eleição do COP se mobilizem de forma ativa, transparente e construtiva, com o objetivo de promover o Desporto»