— Qual o seu comentário a esta vitória categórica e histórica?

— Em primeiro lugar, cumprimos com o que dissemos na antevisão. Viemos cá jogar com vontade de vencer e com determinação. Mérito total dos jogadores, mas queria partilhá-lo, também, com a minha equipa técnica, que preparou bem o jogo. Só tive de ajustar e ultimar os detalhes. Fizeram uma preparação muito forte para o jogo e fico sempre muito grato. Só assim me consigo concentrar num jogo de cada vez. O jogo correu na perfeição. Fizemos o que tínhamos de fazer com bola e sem bola e, inclusive, na bola parada. O canto curto de que nasce o segundo golo foi ensaiado. Partilho este mérito entre equipa técnica e jogadores, pela determinação. Temos falado ultimamente da necessidade de sermos família, equipa, tropa. E isso só aconteceu com grande determinação.

— Como viu o facto de os adeptos do Benfica terem cantado do primeiro ao último minuto?

— É algo que tem acontecido desde que chegámos. A forma como se fizeram ouvir no nosso primeiro jogo fora com o Estrela Vermelha... é isso que pretendemos e gostamos de sentir. Foi isso que aconteceu desde a saída da Luz, no hotel e durante 90 minutos.

— Esta foi a exibição mais perfeita da época? A vitória dará embalo para a reta final do campeonato com o Sporting?

— Esta vitória dá-nos três pontos e a consistência que temos vindo a falar nos últimos dois meses. Vejo a equipa a crescer, todos os jogadores, independentemente de entrarem ou não de início, a dar o contributo à equipa. É nesse caminho que temos de continuar. Muita calma. Sabemos que foi um jogo importante e não decisivo, ganhámos apenas três pontos, ainda temos várias finais pela frente. Agora temos de estar concentrados no jogo com o Tirsense da Taça de Portugal e queremos estar na final.

— O resultado é escasso? Esperava um resultado mais dilatado? O Sporting está mais pressionado?

— Vou responder à primeira questão recordando a sua questão de ontem, que foi o que poderíamos prometer para este jogo depois de sofrer dois golos com o Farense. Isto é o futebol. O mais importante é o que a equipa produz a cada momento. Não se pode marcar em todas as oportunidades que criámos. Já falámos da mentalidade assassina. O que é importante é ver a equipa a crescer, que cria oportunidades, marcar e conquistar três pontos com boas exibições e consistência. A pressão é continuar neste caminho. Vencemos, estamos em primeiro, o Sporting joga amanhã e temos de estar focados no jogo com o Tirsense e depois Arouca. Os jogos na reta final são difíceis, o Real Madrid perdeu com o Valência, o Barcelona empatou com o Bétis. Não saberemos qual o jogo mais difícil ou que teremos mais problemas. O foco tem de ser total no que controlamos, que é o que fazemos em campo.

— É sempre muito cauteloso nas palavras [interrompe].

— Mas no campo não.

— Esta vitória com a equipa em crescendo desmistifica a ideia de que o Benfica tem o calendário mais difícil até ao final?

— Temos de encarar a competição num jogo de cada vez, independentemente das saídas ou do valor do adversário. Não sabemos qual será o jogo que nos pode trazer mais problemas. Em 2019, quando fomos campeões, tivemos um jogo muito difícil em casa com o Tondela do Pepa e vencemos por 1-0 aos 70/75 minutos. Temos de estar focados no que fazemos e jogar de forma ofensiva.

— Este é o FC Porto mais frágil que encontrou?

— O que é importante e me cabe analisar é o jogo do Benfica. Não me cabe analisar as outras equipas. Cabe-me analisar a minha equipa, situações que gostamos de perceber, independentemente do resultado.

— Qual a importância de Di María defensivamente?

— Quer a defender, quer a atacar. Não gosto de olhar muito para a estatística, mas creio que que na primeira parte foi o nosso jogador que mais bolas recuperou. Se calhar termina aquele tabu de que não defende. Deu uma lição de como pode defender e jogar ligeiramente mais baixo. Mérito total do jogador. Tentámos surpreender o FC Porto em alterar a saída a três, normalmente fazemos pelo lado esquerdo, desta fizemos pelo lado direito. Fomos recuperar ideias do jogo com o Boavista. A atacar foi o que fizemos com o Boavista na sexta jornada. E na organização defensiva replicámos o que fizemos com o Mónaco.

— Como está a gerir a situação de Tomás Araújo?

— Não é através de conversas, é trabalho e treino. Trabalha muito dentro e fora de campo. Jogou 60/65 minutos de enorme qualidade. Está disponível para ajudar a equipa e é isso que pretendemos até ao final da época.