
Os canoístas João Ribeiro e Messias Baptista assumiram este domingo que vieram aos Mundiais de Milão para levar duas medalhas de ouro, pelo que a prata em K2 500 metros fugiu ao ambicioso plano.
"Não podemos ficar tristes em ser vice-campeões do mundo, mas não escondemos a vontade que tínhamos de levar dois títulos mundiais para casa este ano. Não foi possível. Durante anos andámos sempre a bater na trave, no poste ... éramos quartos, quintos, quartos, quintos. E em Paris'2024 não conseguimos atingir a medalha que queiramos. Não podemos ficar tristes com esta prata", vincou João Ribeiro.
A dupla terminou a prova em 1.28,44 minutos, a somente 16 centésimos de segundo da Hungria, ouro, enquanto a Alemanha levou o bronze, a 66 centésimos dos magiares.
"Saímos muito bem, conseguimos gerir bem o esforço na parte intermédia, e no fim foi dar tudo. Ali nos últimos 50 metros já vínhamos muito cansados... Demos tudo o que tínhamos dentro de água, os húngaros foram melhores e há que lhes dar os parabéns", acrescentou.
Enquanto João e Messias partiram na pista seis, os húngaros, que nos mundiais fizeram apenas K2 500, surpreenderam pela nove, fora do raio de visão, "impossível de controlar".
João confessou mesmo não saber se se tratava de um barco da organização a filmar a regata, porém assume que fizeram a sua melhor prova, reconhecimento que houve quem, desta vez, fosse "melhor".
Já Messias Baptista valorizou a sua "melhor época do sempre", com duas medalhas nestes Mundiais e outras tantas nos Europeus, quando as derradeiras já tinham sido "muito boas".
"O resultado em Paris'2024 ficou um pouco aquém das nossas expectativas (sexto). Ainda me magoa pensar nisso, ainda não fiz o luto a 100%, mas há de ser feito. Claro que não estou 100% feliz, estou 99%, faltou um bocadinho. Acreditei mesmo que o íamos conseguir...", assumiu.
A diferença de impercetíveis 16 centésimos de segundo "nem dá para perceber", mas agora o foco é no "orgulho no feito de sair dos mundiais com duas medalhas em distâncias olímpicas".
A primeira, foi na sexta-feira, com inédito título mundial em K4 500 metros, juntamente com os estreantes Gustavo Gonçalves e Pedro Casinha, com os quais já tinham sido também campeões da Europa.
"Só temos de estar orgulhosos desse feito promissor quando é o primeiro ano de ciclo olímpico e ainda temos os nossos dois putos no K4 que certamente ainda vão evoluir mais e vamos ver o que o futuro nos reserva", concluiu.
Além das duas medalhas em que João e Messias participaram, há ainda a de bronze de Fernando Pimenta, nos igualmente olímpicos K1 1.000 metros.