Os testes de género impostos pela World Boxing aos participantes em competições internacionais, cuja recusa deixará de fora a campeã olímpica Imane Khelif, foram submetidos pela argelina ao Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), confirmou a instituição.

Segundo aquele tribunal baseado em Lausana, na Suíça, o apelo da lutadora argelina foi registado no mês passado, depois de Khelif ter ficado de fora dos Mundiais, que arrancam na quinta-feira, por se recusar a submeter a testes genéticos para garantir o género dos participantes.

O pedido incluía a tentativa de suspender a decisão da World Boxing, mas o TAS não acatou esse apelo, segundo hoje comunicou, pelo que ficará mesmo de fora, no último capítulo de um conflito entre Khelif e a entidade que regula a modalidade.

Nos Jogos Olímpicos Paris'2024, a argelina e Lin Yu-ting, de Taiwan, conquistaram o ouro perante o escrutínio público quanto ao seu género, apesar de terem nascido mulheres e competirem como mulheres, depois da decisão da Associação Internacional de Boxe as ter banido dos Mundiais de 2024 por falharem testes de elegibilidade, cujos critérios nunca foram divulgados.

Esta associação foi, depois, banida do movimento olímpico, por problemas de governança e corrupção, e foi o Comité Olímpico Internacional (COI) a regular os processos de qualificação, com padrões de elegibilidade por género que Khelif e Yu-ting cumpriram.

Para Los Angeles2028, a World Boxing é provisoriamente a gestora da organização da qualificação para o torneio de boxe, tendo cedido a pressões de outros lutadores e federações nacionais para criar padrões de elegibilidade que respondessem a testes de género obrigatórios, com Khelif mencionada especificamente no anúncio da nova medida.

Por outro lado, a nova presidente do COI, Kirsty Coventry, definiu como prioridade os critérios de elegibilidade no desporto no feminino, anunciando a criação de um grupo de especialistas para estudar o caso.