A edição deste ano dos Jogos Olímpicos de Paris ficou marcada por várias polémicas. Uma delas envolveu a pugilista, Imane Khelif, acusada de ser transgénero e mesmo assim competir contra mulheres. Depois de conquistar a medalha de ouro, a argelina apresentou queixa na justiça francesa por "'cyberbullying' agravado". Recentemente, Imane Khelif acusou Elon Musk de ser o principal responsável pela campanha de desinformação e de ódio de que foi alvo.

Em entrevista à estação televisiva francesa Canal+, Imane Khelif defendeu que o magnata da Tesla e Space X foi uma das primeiras pessoas a atacá-la e a contribuir para todo o assédio de que foi vítima.

Na altura, Elon Musk compartilhou uma publicação na rede social X (antigo Twitter) com a frase "homens não pertencem a desportos femininos" e na qual deixou um comentário a dizer "absolutamente". A pugilista considera que a atitude de Musk foi "cruel" e diz não perceber o porquê de tanto ódio se ele não a conhece.

"Elon Musk foi um dos primeiros a atacar-me durante esta campanha de ódio. Ele publicou este vídeo e foi retuitado. Portanto, ele foi um dos primeiros a espalhar este burburinho, esta campanha contra mim. Eu diria: 'Odeias-me, mas nem sequer me conheces. Nem sequer sei porque é que lideraste este ataque. Foste cruel comigo, com a minha família, com a minha mãe', contou Imane Khelif no programa "Clique".

A pugilista disse ainda não compreender o porquê da sua sexualidade ser alvo de discussão.

"Não compreendo o comportamento das pessoas hoje em dia. Deus é o meu guia, sou uma mulher muçulmana praticante. Sou uma mulher árabe muçulmana e consegui ultrapassar este momento. Espero ser ainda mais forte no futuro e voltar ainda mais motivada", acrescentou.

Várias personalidades são acusadas de praticar "cyberbullying" contra a atleta

Elon Musk não foi a única personalidade a manifestar o seu descontentamento perante a participação de Imane Khelif nos Jogos Olímpicos de Paris.

O nome da escritora J.K Rowling também terá sido mencionado na queixa apresentada por Imane Khelif, de acordo com o seu advogado em declarações à Vanity Fair.

O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, poderá também ser mencionado na mesma investigação já que, durante um comício na Pensilvânia, prometeu "manter os homens de fora dos desportos femininos".