Hugo Nunes lançou-se num sprint louco, no limite das suas forças, na chegada da 3.ª etapa da Volta a Portugal a Bragança, para cumprir o «sonho de criança» de vencer na Grandíssima, batendo os parceiros de longa e extenuante fuga e resistir à perseguição do pelotão que se aproximava a alta velocidade para caçar os aventureiros.

Ao cortar a meta, o pacense da Credibom-LA Alumínios, de 28 anos, lançou as mãos à cabeça, incrédulo pela conquista inesperada depois de a fuga parecia condenada à beira da meta.

«Eu ainda nem estou em mim. É o concretizar de um sonho. Procurava isto há bastantes anos. […] Desde criança que eu queria ganhar, algo me iluminou para ganhar hoje. Até estou orgulhoso de mim por ser tão frio, o que não costumo ser. O meu diretor [Hernâni Brôco] está sempre a discutir comigo, por eu ser tão impulsivo», revelou Hugo Nunes, ainda com os olhos cheios de lágrimas de felicidade.

«Mudar de equipa [da Rádio Popular-Paredes-Boavista para a Credibom-LA Alumínios-MarcosCar] foi um boost de motivação para mim. O Hernâni acredita bastante em mim, mais do que eu. Esta vitória é para ele por acreditar em mim e ter-me ido buscar. Sempre ambicionei estar nesta equipa», disse o vencedor da etapa.

«Eu já ganhei a montanha na Volta a Portugal [em 2020], que também era um sonho. Eu digo vários sonhos porque, realmente, é uma coisa que nunca imaginei. Ganhar a montanha já foi algo muito importante na minha carreira, mas sem dúvida que esta vitória é ainda mais importante», concluiu Hugo Nunes.