Lukas Hornicek foi o convidado do PodNext do Sp. Braga desta semana, onde o guarda-redes de 22 anos abriu o livro da sua ainda curta carreira, ele que é o nº 1 da hierarquia dos guarda-redes dos arsenalistas desde a saída de Matheus para o Ajax. Numa conversa de 40 minutos, o internacional sub-21 checo falou de tudo um pouco, recordando os primeiros tempos no Sp. Braga, ainda com 17 anos e toda a evolução que teve, bebendo das referências que teve na posição, começando por Eduardo, atual treinador adjunto e passando obviamente por Matheus e também Tiago Sá, que é agora seu suplente. "Se calhar, sou uma combinação desses três", vincou por entre vários temas, em que se destacam mais os da atualidade da equipa como o empate em Alvalade que levou o Sp. Braga a ficar no 3º lugar da tabela. E é essa a luta até ao fim da Liga, sendo que o guarda-redes checo espera ganhar "todos os jogos que faltam".

Na luta pelo pódio: "Conseguimos ultrapassar o FC Porto por um ponto. Agora a luta pelo terceiro lugar está nas nossas mãos e temos de fazer o nosso trabalho, continuar a ganhar até final do campeonato e queremos ficar no pódio. Estamos a pensar nisso, se vai ser o terceiro, o segundo ou o primeiro ainda não sabemos (risos), só que temos de ir pensando jogo a jogo. Todos vão ser difíceis. Todos os adversários têm a sua força e por isso temos de estar cem por cento focados e fazer o nosso máximo para tentar ganhar. Acho que vamos conseguir ganhar todos estes últimos jogos que faltam até ao fim." 

Apoio com o AVS SAD: "Espero muitos adeptos a apoiar no jogo com o AVS SAD. Demonstramos um bom futebol no jogo com o Sporting e os adeptos também ficaram contentes com o nosso desempenho e até por isso acho que vamos ter o estádio cheio para nos empurrar para a frente e conseguir ganhar mais este jogo." 

Grande caráter com o Sporting: "Fomos a Alvalade para ganhar. Sabíamos que a equipa tinha capacidade para isso, depois dos últimos jogos que fez. Queríamos trazer os três pontos e quando sofremos sentimos que tínhamos de dar ao pedal, que tínhamos de dar mais. Demonstramos grande caráter, fizemos o 1-1 e depois a expulsão do Moutinho foi um pouco exagerada, ele diz que tentou recuar e não tocar, mas faz parte do jogo. Nem notei que o Moutinho passou o jogo a ser assobiado. Quando estás lá dentro estás muito focado só no jogo. Ouves algum barulho, mas não estás muito ligado aos adeptos." 

Defesas de Alvalade: "Senti no golo que sofremos que se calhar devia ter pedido o quinto homem na barreira, teve esse pormenor, mas no final das contas acho que fiz um jogo bastante bom. No final, fiquei um bocado em baixo com toda a gente a festejar porque sabia que podia ter feito melhor, mas isto é futebol e os erros acontecem e sem eles não havia golos. No final das contas, ficamos felizes pelo ponto que conquistamos." 

Falou o quinto homem na barreira: "Vi vídeos do Gyökeres antes do jogo e reparei que ele nestes livres gosta de chutar para o lado do guarda-redes, então apostei na barreira com mais jogadores do lado direito, até para o Trincão não ter hipóteses de rematar ele e fazer uma curva pelo lado de fora da barreira, mas se calhar devia ter pedido o quinto homem, porque ficou muito aberto aquele espaço e o Gyökeres conseguiu fazer um grande golo. Ainda tentei chegar lá, mas não consegui. Fiquei triste por não defender a bola, mas faz parte e ainda bem que no final conseguimos um ponto." 

Patrão como o Gyökeres do Sp. Braga: "O Patrão estava muito feliz. Ele é muito bom. Nós até costumamos dizer que é o Gyökeres do Sp. Braga. É muito inteligente para a idade que tem. É agressivo, tem técnica e demonstrou isso tudo neste golo que marcou. Dá para ver que estamos a fazer coisas boas na Academia. Nos últimos anos nota-se uma grande aposta na formação, há muitos bons treinadores e esse é o caminho que temos de seguir." 

Responsabilidade de ser o N.º 1 do Sp. Braga: "Ser tão novo o n.º 1 de um clube como o Sp. Braga tem um peso porque estás num clube que te obriga todos os dias a seres melhor e a ganhar cada jogo. É algo a que o jogador tem de se habituar. Se queres estar num patamar como este tens de sentir esse peso de representar uma camisola destas a representar uma cidade." 

O que foi buscar a cada um dos guarda-redes com quem trabalhou: "Com o Eduardo fui buscar a alegria do jogo, sempre com tempo para uma brincadeira no meio do trabalho sério.  Com o Tiago é o trabalho dele, sei que está aqui há muito tempo e não recebeu o reconhecimento pelo trabalho que sempre tem feito por não estar a jogar e o Matheus é a calma e a personalidade que ele tem dentro e fora do campo. Se calhar, sou uma combinação desses três. O que tenho de diferente deles? O tamanho (risos)... Sou mais alto que eles. Sou também mais novo e tenho a possibilidade de mudar os hábitos que não são bons e podem provocar mais erros no futuro." 

Erro no jogo com o Rio Ave: "É difícil e tens de aprender a ter força. Tens de pensar logo no lance a seguir, se ficares a pensar no erro é pior, porque podes voltar a cometer outro erro. Aquilo quase que ficou um metro de relvado na minha chuteira, foi azar, mas são coisas que acontecem no futebol é algo natural, caso contrário não existiam golos no futebol..."

Matheus é uma lenda no clube: "Depois do Bessa não tinha a ideia de que ia passar a ser titular. Não pensei muito nisso, porque o Matheus tem mais experiência e se ele ficasse se calhar seria ele o n.º 1 até ao final da temporada. Matheus é uma lenda do clube e sempre senti que ia ser difícil substituir, cheguei a pensar em empréstimo para poder evoluir como jogador. No final das contas, foi bom continuar, ganhei a confiança do míster. Não tenho falado com o Matheus, mas tenho visto os jogos dele e e sei que está com muitos jogos sem sofrer. Espero que continue assim e que tenha sorte no Ajax."