Se ao longo dos jogos da seleção feminina de sub-16 da Associação de Basquetebol do Porto Hélder e Filipa Postiga estiveram sempre a apoiar a equipa de Margarida Postiga, no último dia do 17.º Festival do Basquetebol juvenil em Albufeira, destinado às finais das categorias mais velhas, sub-16, não só assistiram ao encontro da filha, como também à discussão do título masculino, onde o Porto foi batido por Lisboa (51-56).

Ficaram até bem depois da entrega das medalhas e troféus, enquanto Margarida tirava fotografias com a equipa no campo e celebrava num momento de felicidade sem fim.

Hélder, naturalmente, procurou não tirar qualquer protagonismo à filha mais nova, mas acabou por conversar um pouco com A BOLA. «Primeiro sinto um orgulho tremendo por a Margarida ter ganho mais um título e estar presente num momento tão importante com ela. Depois, é ela ter esta experiência de voltar a Albufeira, que é um momento único para quem gosta e pratica o basquete. É o momento mais aguardado do ano, porque isto é muito mais do que o basquetebol em si. É uma experiência de companheirismo e de amizade que elas criam com as outras miúdas. Trata-se de um momento que jamais esquecerão, acredito eu», salienta.

E o pai sofre mais na bancada do que sofria no campo? «Muito, muito, muito, mais. Mas é, como digo, é um orgulho imenso e gratificante ver que o esforço dela é recompensado, muitas vezes, com estes momentos. Estar presente num momento de alegria como este é ótimo», refere o antigo avançado que atuou no FC Porto, Sporting e Rio Ave em Portugal e integrou a Seleção 2.ª classificada no Euro 2004.

A Margarida contou que tem o sonho de ir estudar para os Estados Unidos porque quer viver a experiência de estudar e jogar lá numa universidade. O que é que pensa disso? « Acho que elas têm a possibilidade de serem o que quiserem. Sou muito prático nisso. Devem escolher uma coisa para a qual tenham paixão, porque, quando temos essa paixão, rendemos muito mais. Seja num trabalho, num desporto, seja onde for. Por isso, ela tem essa liberdade e tem essa segurança de poder escolher o que desejar».

E o seu passado, passou pelo basquete? «Não, mas como acabei de dizer, esta experiência da Margarida fez com que ficasse apaixonado pela modalidade. Porque, de facto, é cativante, com uma velocidade tremenda que nos agarra completamente ao jogo», especifica.

Costuma ver a NBA? «Agora vejo, muitas vezes com ela, porque a Margarida passa os vídeos e essas coisas todas. E tem algum basquetebolista especial na NBA?. «Não, nenhum, o meu jogador preferido é a minha filha, sempre». E a Margarida contou que, num contra um, lhe ganha. O que é que acha? «Ah, isso sim, completamente. É muito rápida, é uma das suas mais-valias. Mas desejo, sobretudo, que veja isto como uma experiência, não digo lúdica porque considero que já estão num nível acima do que é ser lúdico, mas que que a viva de uma forma muito positiva», concluiu.