
A vigília dos Panteras Negras em frente ao Estádio do Bessa, no último sábado, durou cerca de 15 horas antes de desmobilizarem, após uma reunião entre os representantes dos adeptos presentes, nomeadamente o líder da claque Nuno 'Sousa' Fonseca, e o presidente do clube, Rui Garrido Pereira.
Pouco tempo depois, o emblema axadrezado anunciava uma data para a Assembleia Geral que os associados consideravam "urgente", ainda com local e hora, assim como a convocatória oficial, por anunciar. No entanto, o descontentamento dos sócios era já estava instalado.
"A Assembleia serve para colocar o preto no branco. Queremos tentar perceber o que se passa entre clube e SAD. E essas entidades têm de esclarecer os sócios. Temos que unir forças para tentar levar este barco que está a naufragar", começou por dizer, a Record, Filipe Miranda, o opositor de Garrido Pereira nas últimas eleições e que esteve presente na vigília como sócio, salientando: "O que queremos é transparência, perceber porque é que o clube tinha soluções para poder aguentar esta situação e não ocorreu. Queremos perceber os pressupostos, porque caímos neste fundo."
O que queremos é transparência, perceber porque é que o clube tinha soluções para poder aguentar a situação e isso não ocorreu
Filipe Miranda
Ex-candidato à presidência do Boavista
O antigo atleta de futsal do emblema axadrezado, carinhosamente conhecido como 'Buffon', abordou também a falta de fundos para inscrever uma equipa nas competições profissionais e, posteriormente, na Liga 3, questão que diz ser "tão simples que até um leigo consegue perceber". "Não é nada que não estivéssemos à espera. Os sócios votaram e a nível de SAD é muito mau terem deixado tudo para a última hora. A inscrição na 2ª Liga era a última esperança. É um clube histórico, a caminho de fazer 122 anos. No meu tempo de atleta e de sócio do Boavista, isto é a página mais página negra", lamentou.
E prosseguiu. A nível do clube, os boavisteiros são soberanos, não há aqui outro interesse senão o clube. Os sócios têm de se juntar, não podem deixar o clube morrer. Este movimento que nós, sócios e Panteras Negras, estamos a fazer é no sentido de marcar posição. Enquanto houver sócios, adeptos e outros associados preocupados, o Boavista vai continuar. O Boavista é um dos símbolos históricos do futebol português", finalizou Filipe Miranda.