A marcação do jogo frente ao Santa Clara para 6 de setembro, às 20h30, está a gerar incómodo e incompreensão no Estoril por essa ser uma data FIFA para os compromissos das seleções, que vão levar vários jogadores do plantel dos canarinhos (Martin Turk e Kevin Boma confirmados, com Nodar Lominadze, Or Israelov, Lowe Fletcher, Yanis Begraoui e Fabrício Garcia pré-convocados).  

A partida referente à 3.ª jornada da Liga Portugal Betclic estava agendada para o último fim-de-semana, mas como a equipa açoriana disputa o playoff de acesso à Liga Conferência com os irlandeses do Shamrock Rovers - jogou nos Açores na passada quinta-feira (dia 21) e disputa a 2.ª mão fora na próxima quinta-feira (28) - pediu o adiamento ao abrigo da proteção dada às equipas envolvidas nas competições europeias. Ora, o Estoril não se conforma pois as 72 horas previstas no regulamento seriam cumpridas se o jogo tivesse sido disputado na 2.ª feira, por exemplo. O facto de Benfica e Sp. Braga já terem jogado em situações semelhantes nesta temporada só aumenta o descontentamento dos responsáveis da formação da linha de Cascais. 

Ao que Record apurou, os responsáveis canarinhos entendem que havia datas alternativas para a realização da partida sem ser na janela FIFA para as seleções. Contudo, o Santa Clara decidiu que quer mesmo jogar a 6 de setembro e, segundo um comunicado enviado pela Liga aos clubes, as equipas envolvidas nas competições europeias podem definir as datas dos encontros do campeonato sem o acordo do adversário, algo que desagrada na Amoreira.

O treinador do Estoril, Ian Cathro, já criticou publicamente o calendário, em meados de agosto, dizendo na altura que tinha recusado de imediato a proposta dos açorianos de disputar a 3.ª jornada numa data FIFA. "Temos jogadores nas seleções e prometi levar a minha filha à Disneyland", ironizou o escocês na altura, deixando um reparo: "Defendo o campeonato português, mas quando há situações destas temos de as denunciar." 

Segundo informações recolhidas por Record, os contactos entre os clubes continuam, mas na Amoreira reina a incompreensão pela intransigência demonstrada até agora pelo emblema açoriano, além da insatisfação com o facto de a Liga permitir que haja alterações no calendário sem acordo de ambos os clubes envolvidos.