O acesso aos quartos da Taça de Portugal sorriu ao Gil Vicente! Na receção ao Moreirense para o primeiro jogo da história entre as equipas na competição, bastou um tento solitário de Félix Correia para os galos desbravarem caminho rumo à fase seguinte (1-0), onde já sabem que irão medir forças com o Sporting.
Entre dois emblemas com as meias-finais como expoente máximo das campanhas na Prova Rainha, o peso histórico e a tradição não pesaram na hora de Bruno Pinheiro e César Peixoto efetuar ajustes nas equipas que empataram diante de Rio Ave e AVS.
Brian Araújo, Elimbi, Sandro Cruz, Tidjany Touré e Pablo foram os rostos da mudança de uma equipa gilista que tinha merecido poucas ou nenhumas mexidas nos duelos mais recentes. Do lado cónego, Caio Secco foi novidade na baliza, Carlos Ponck na defesa, ao passo que Madson e Luís Asué reconfiguraram o ataque.
Promessas cónegas, equilíbrio gilista
De malha apertada no momento da pressão e com instinto apurado para reter a iniciativa, a formação cónega demonstrou maior vigor na procura das redes barcelenses. Luís Asué deixou o primeiro aviso numa das várias ligações desde a direita - onde Dinis Pinto surgiu com bastante frequência - e o Gil foi sentindo dificuldades para sair na transição ofensiva, apesar da calma na procura de linhas para sair a jogar.
Contudo, com o arrastar dos minutos, os galos ganharam outra capacidade para chegar aos últimos 30 metros dos cónegos. O arco de Félix Correia depois da boa triangulação com Pablo disso foi sintomático e, mesmo sem uma transformação profunda, o jogo passou a estar mais dividido. Apesar disso, as balizas continuaram a ser pouco ameaçadas - as exceções foram os tiros de meia distância de Tidjany Touré e Alanzinho - e o nulo persistiu até ao descanso para desagrado do público. Pedia-se outro rasgo para desencaixar as equipas das amarras táticas.
As coordenadas estavam nos pés de Félix
Mais afirmativo no reatar, o Gil Vicente ameaçou a vantagem numa bela entrada de Tidjnany Touré que fez estremecer um dos postes da baliza de Caio Secco de forma bem audível.
O lance podia ter espevitado de vez as equipas, mas tal não aconteceu e o cenário de prolongamento começou a pairar, mesmo com as ameaças de Madson - apanhado em fora de jogo num momento em que Brian brilhou - e de Pablo.
Apesar dessa tendência, os pupilos de Bruno Pinheiro mantiveram-se por cima das incidências e o golo acabou por surgir. Benny perdeu a bola em zona proibida para Facundo Cáseres e este serviu Félix Correia para uma finalização oportuna junto ao poste mais próximo. Explodia de entusiasmo o público gilista, silenciava-se o cónego.
Sem mexer até então - Bruno Pinheiro tinha já feito entrar Mboula, Aguirre, Josué e Kazu -, César Peixoto introduziu Schettine, Sidnei Tavares e Pedro Santos e a diferença ficou a centímetros de surgir pouco depois, numa emenda a rasar o poste por parte do avançado brasileiro.
Longe de ser contundente, ainda que balanceado ofensivamente, o Moreirense foi à procura de forçar o prolongamento, mas até ao fim, Rúben Fernandes e companhia selaram as redes à guarda de Brian a sete chaves - pelo meio, Schettine voltou a ameaçar - , com a partida a terminar com cânticos da claque afeta aos barcelenses a pedir o Gil no Jamor.