
O '4 Cantos do Mundo' é um podcast do jornalista Diogo Matos ao qual o zerozero se uniu. O conceito é relativamente simples: entrevistas a jogadores/ex-jogadores portugueses que tenham passado por pelo menos quatro países no estrangeiro. Mais do que o lado desportivo, queremos conhecer também a vertente social/cultural destas experiências. Assim, para além de poder contar com uma entrevista nova nos canais do podcast nos dias 10 e 26 de cada mês, pode também ler excertos das conversas no nosso portal.
Produto da formação do Sporting, Fábio Martins conta com passagens por Bulgária, Grécia, Chipre e Andorra na sua carreira internacional. Apesar das reduzidas dimensões do país e das particularidades do futebol local, o médio-ofensivo descreveu como positivos os meses passados em Andorra, ao serviço do Penya Encarnada.
«Era um país pacato e frio, mas também era giro. Cumpriram com tudo comigo, mas era uma realidade completamente diferente da que eu havia conhecido até então. Todas as equipas do campeonato treinam no mesmo campo; supondo que a minha vai às 8h da manhã, às 10h há outra já pronta a entrar. Isto depois de eu ter visto a parte final do treino da equipa que tinha chegado às 6h. Acontecia estarmos a treinar bolas paradas e os nossos adversários desse fim de semana a verem das grades. O mesmo acontecia nos jogos, todas as equipas jogavam no mesmo campo», começou por dizer, recordando depois os 'vizinhos famosos' que teve nesta experiência:
«Na primeira época em que estive lá aquilo tinha corrido muito bem. No entanto, na segunda época, a direção começou a ir buscar jogadores que achavam que aquilo era um circo. Eu e a minha mulher estávamos no hotel e havia lá pessoas aos berros às 3h/4h da manhã. Em janeiro decidi sair e foi aí que rumei ao Omonia 29. No entanto, foi uma experiência que gostei bastante. O país é lá no meio das montanhas e há muito snowboard, é um espetáculo. Só há movimentação no inverno, é um país muito turístico e caro. Depois tínhamos a particularidade de, ao lado do hotel que os investidores compraram, haver um campo de padel, sendo que Andorra é o refúgio de muitos milionários. Então eu ia à varanda e via o Puyol a jogar padel contra o Piqué. Ou ia ao centro e via o Marc Márquez a andar de mota.»