Eddie Jordan, o antigo gestor de equipa da F1, fez um apelo à FIA para que introduza um exame de proficiência para o cargo de diretor de corrida. Esta proposta audaciosa surge na sequência de várias mudanças significativas que estão a ser sugeridas para o papel de diretor de corrida na F1 até 2025.

Referindo-se ao falecido Charlie Whiting, um ex-diretor de corrida altamente respeitado, Jordan observou que Whiting tinha uma compreensão tão profunda das regras do desporto que nunca precisou de consultar um livro de regras ao tomar decisões. Jordan vê isto como um contraste significativo com a situação atual, onde acredita que os diretores de corrida estão excessivamente dependentes do livro de regras.

Nos últimos anos, a posição de diretor de corrida da FIA na F1 tem sido caracterizada por uma constante rotatividade. Niels Wittich deixou o cargo três corridas antes do final da temporada de F1 de 2024, tendo assumido a função em 2022. Inicialmente, partilhou o cargo com Eduardo Freitas antes de se tornar o único diretor de corrida após a saída de Michael Masi. O mandato de Wittich foi marcado por controvérsias, particularmente sobre o uso de bandeiras vermelhas durante o Grande Prémio do Brasil, que foi afetado pela chuva, uma decisão que não agradou a Max Verstappen.

Após a saída de Wittich, Rui Marques, o ex-diretor de corrida da Fórmula 2/3, foi promovido ao cargo para as últimas três corridas. No entanto, a controvérsia continuou a assolar o controle de corrida durante o Grande Prémio do Qatar. A corrida não foi neutralizada após o espelho retrovisor do Williams de Alex Albon se soltar e aterrar na reta principal, levando a uma colisão com Lewis Hamilton e Carlos Sainz. Lando Norris também enfrentou uma penalização de 10 segundos de paragem/ir por não ter abrandado sob bandeiras amarelas duplas mostradas para o espelho solto.

O Presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, anunciou recentemente que mais mudanças no controle de corrida estão previstas para a F1 em 2025. Ele revelou num evento da FIA em Jarama que haveria novos rostos e múltiplos diretores de corrida.

Foi neste contexto que Jordan sugeriu a introdução de um ‘exame’ de proficiência para os diretores de corrida no podcast Formula For Success. Ele argumentou que os diretores de corrida devem ter um conhecimento íntimo das várias regras e regulamentos, algo que acredita estar atualmente em falta.

Chamando a atenção para o falecimento de Charlie Whiting em 2019, Jordan destacou que o papel do diretor de corrida da F1 tornou-se desde então impiedoso. Masi, que ocupou o cargo até ao final de 2021, foi criticado pela sua gestão do decisor de título entre Max Verstappen e Lewis Hamilton. Jordan acredita que Masi, tal como outros, estava excessivamente dependente do livro de regras.

O argumento de Jordan é que um diretor de corrida deve ter uma compreensão profunda das regras, semelhante à que Whiting tinha ou ao que acredita que Verstappen tem. Ele argumenta que isso garantirá uma melhor tomada de decisões no desporto. Assim, defende um ‘exame’ para garantir que os futuros diretores de corrida tenham um conhecimento suficiente sobre as regras do desporto.