Nos Jogos de Paris, em 2024, Rebeca Andrade conquistou a primeira medalha de ouro para o Brasil em ginástica artística. Um ano depois, a campeã olímpica, que já passou por cinco cirurgias no joelho, aposta em prolongar o período sabático, falhando os Mundiais e todas as competições de 2025.

“Optámos por não competir este ano. Dentro do planeamento da Rebeca, este ano seria mais tranquilo”, afirma ao Globo Esporte Francisco Porath, treinador da ginasta de 26 anos. “É muito sacrifício. Vamos manter esse 'destreinamento' ativo para que ela possa atender a toda a exigência fora do ginásio.”

Segundo o Globo Esporte, Rebeca vai ter o primeiro período de descanso desde 2015, quando começou a competir entre as adultas, embora ainda fosse menor de idade. No total, a ginástica está na sua vida há 21 anos.

“É muito impacto”, admite a atleta, que foca as energias - físicas e mentais - para voltar a competir em 2026 e chegar em boa forma aos Jogos de Los Angeles, em 2028.

“Estou a descansar. Está sendo muito importante para mim. Era algo que eu queria há muito tempo, mas entendia as minhas prioridades, então fui adiando. Mas hoje está a ser maravilhoso para mim”, conta Rebeca Andrade, que continua a treinar, num ritmo menos intenso, no Centro do Time Brasil, no Rio de Janeiro.

Simone Biles adota o mesmo plano

A ginasta brasileira não é a única a adotar um ano sabático depois de Paris. Simone Biles, a multicampeã norte-americana e principal rival de Rebeca Andrade, também abdicou das competições este ano, como já tinha feito a seguir aos Jogos do Rio e aos Jogos de Tóquio.

Nos Jogos de Paris, Simone Biles conquistou três medalhas de ouro e uma de prata, num regresso glorioso à competição após ter lidado com uma depressão e ataques de ansiedade que a travaram em Tóquio. Já Rebeca Andrade regressou ao Brasil com um inédito ouro, duas pratas e um bronze.

Adeus, solo

Durante uma palestra na Rio Innovation Week, na terça-feira, Rebeca Andrade anunciou que não voltará a competir no solo, justamente o aparelho em que ganhou o ouro no verão passado.

“Foram cinco cirurgias no joelho, uma em cada pé. [Parar de fazer o solo] vai-me permitir continuar treinar por mais tempo”, diz a ginasta, referindo que o solo é o exercício que mais exige do corpo.