
O diretor técnico da Volta a Espanha afirmou que a solução para os protestos pela participação da Israel-Premier Tech passam por a equipa perceber que estar na prova "não facilita a segurança de todos".
"Vamos tentar, todos juntos, forçar... que as pessoas entendam que a situação não é fácil e que, juntos, possamos encontrar uma solução. Para mim, só há uma e todos sabemos qual é, que seria a própria equipa Israel perceber que estar aqui não facilita a segurança de todos os outros", disse Kiko Garcia após a 11.ª etapa da Vuelta.
A etapa de hoje, com partida e chegada a Bilbau, terminou sem vencedor e com os tempos contabilizados a três quilómetros da meta, devido a protestos pró-Palestina e contra a participação da equipa Israel-Premier Tech.
A tirada, com 157,4 quilómetros, ficou marcada pelos vários protestos ao longo do dia contra a presença da Israel-Premier Tech na corrida e contra a situação que vive a população palestiniana em Gaza.
Na zona de meta, na primeira passagem do pelotão, foi possível ver várias bandeiras da Palestina concentradas, com as barreiras de proteção quase a cederem, com elementos da organização também no local.
García revelou que "consultou as equipas", que compreendem que a solução tomada na etapa "era a melhor" face ao risco que existia na reta final.
O diretor técnico da corrida indicou que a organização tentou "encontrar um equilíbrio entre a segurança e não prejudicar os milhares e milhares de adeptos que estavam a desfrutar da etapa".
"Vimos o que aconteceu na primeira passagem pela meta, que a situação estava fora de controlo, e decidimos utilizar a segurança dos três quilómetros, sem eliminar nenhuma parte da etapa e simplesmente cancelar a linha de chegada, porque já não mudaria nada na etapa", defendeu.
Kiko García, que revelou que compreende os motivos dos protestos, também disse que desde o início da Volta, a "Israel tem recebido um tratamento especial em termos de proteção, na corrida, nos hotéis, ao redor do autocarro e ao redor dos ciclistas".
No entanto, acrescentou, a preocupação agora não é apenas "a proteção da Israel, mas a proteção de todos"
"Agora, o que está em risco é a vida dos atletas que estão a fazer o seu trabalho", sublinhou.
Os incidentes ao longo da etapa levaram a três detenções, cinco pessoas foram identificadas e quatro agentes da autoridade sofreram ferimentos.