
Após três temporadas ao serviço do Nacional, Luís Esteves decidiu trocar de ares e rumar ao Gil Vicente, tendo assinado um contrato válido por três temporadas com o emblema de Barcelos. A estreia com a camisola dos gilistas deu-se este sábado e o médio saltou de imediato para o onze inicial, tendo como primeiro adversário... a sua antiga equipa.
No regresso à Choupana, o ex-capitão dos alvinegros apresentou algumas dificuldades nos minutos iniciais - tal como todo o conjunto nortenho. O meio-campo escalado por César Peixoto não estava a funcionar e a falta de presença (assertiva) no miolo obrigou o técnico a operar, de rajada, algumas mudanças táticas, cujo efeito foi quase imediato.
Desta forma, Luís Esteves deslocou-se para uma posição mais adiantada - adotando uma postura algo semelhante a um segundo avançado, com liberdade de movimentos e com o objetivo de conferir profundidade ao Gil e garantir espaços para Pablo penetrar. O seu papel foi, assim, crucial para arrastar a defesa, permitindo ao avançado uma presença mais imponente em zonas livres de marcação.
Este pequeno (mas importante) ajuste levou o Gil Vicente a protagonizar as principais jogadas de perigo no primeiro tempo, contrariando a toada inicial - superioridade caseira - e alcançando a liderança do encontro, graças ao golo de Pablo (35') - após um belo trabalho individual. Pouco depois, foi a vez de Luís Esteves aplicar a lei do ex e ampliar a vantagem, com um remate colocado à entrada da área, perto da ida para os balneários.
Este golo representa, assim, um momento de viragem para o experiente médio. Após uma temporada inteiro em branco - não anotou qualquer golo em 2024/25 -, o ex-Nacional estreou-se de galo ao peito com uma exibição sólida, uma postura importante no centro do terreno e regressou aos golos, 602 dias depois.
Estreia a marcar na I Liga
À entrada para este duelo, Luís Esteves contava com 29 golos anotados enquanto sénior, mas nenhum na primeira divisão portuguesa. Desta forma, o médio não só se estreou a marcar com as cores do Gil Vicente como rubricou, aos 27 anos, o primeiro tento de sempre na I Liga.

Recuando um pouco no seu histórico e recorrendo à nossa extensa base de dados, é possível salientar que o último golo anotado pelo médio ocorreu a 16 de dezembro de 2023, quando o Nacional disputava ainda a II Liga. Num encontro de sentido único, o jogador natural de Ovar abriu a contagem na expressiva vitória diante do Belenenses, em jogo a contar para a 14.ª jornada da edição 2023/24 do segundo escalão.
Como referido anteriormente, Luís Esteves passou as últimas três temporadas ao serviço do Nacional, acompanhando o clube insular no regresso à I Liga. Aliás, era também uma das figuras mais importantes do emblema orientado por Tiago Margarido, sendo o capitão dos alvinegros.
No total, o médio realizou 115 encontros pelo conjunto da ilha da Madeira, rubricando oito golos e 14 assistências durante esse período e deixando, também, a sua marca em diversos duelos.
Um médio made in Sporting
Formado nas escolinhas do Sporting, Luís Esteves realizou grande parte da sua formação ao serviço do clube de Alvalade, passando por vários escalões dos leões - desde os sub-10 até ao escalão sub-17, sem nunca ter tido uma oportunidade na equipa principal leonina.
Desta forma, Luís decidiu tentar a sua sorte noutros lugares. Antes de se desvincular do Sporting, somou uma curta experiência em Santa Maria da Feira, ao serviço do Feirense - a título de empréstimo -, tendo anotado três golos em seis partidas pelos sub-19 dos fogaceiros.

Seguiram-se passagens por SC Braga e AD Sanjoanense antes de chegar ao Vitória SC - o lugar onde o criativo deu os primeiros passos enquanto profissional. Luís passou quatro temporadas de Rei ao peito, participando em diversos encontros por vários escalões dos vitorianos.
Ainda assim, foi no Nacional que mostrou todo o seu futebol. É costume dizer-se que, por vezes, é preciso dar um passo atrás para saber por onde devemos seguir - e foi exatamente isso que Luís Esteves fez. Rumou à Madeira, acompanhou o Nacional na II Liga e ajudou os insulares a reerguerem-se, brilhando não só no segundo escalão como também no topo nacional, na temporada passada.
Agora, está de regresso ao norte do país com uma missão: vingar ao serviço de César Peixoto e continuar a demonstrar todo o seu futebol com as cores do Gil Vicente.
O arranque, esse, foi auspicioso...