Derrota em Roma. Derrota na Luz. Derrota em Moreira de Cónegos. O FC Porto somava três desaires consecutivos para três competições diferentes. Eliminados da Taça de Portugal de forma precoce, os dragões não somavam tal marca há mais de dez anos.

Chegou a altura de mudar o chip e tentar regressar aos caminhos de glória pela Europa. Os dragões viajaram até à Bélgica em busca de uma espécie de renascimento... e deixaram a missão a meio. O FC Porto empatou em casa do Anderlecht por 2-2.

A grande surpresa do fim de tarde, nas escolhas, prevaleceu sobre o igual renascimento de Otávio Ataíde no onze inicial potenciado por Vítor Bruno. Afinal, o defesa central não atuava desde 15 de setembro.

Velhos pecados

Em busca de algo diferente do passado recente, os velhos pecados mortais voltaram a atacar o FC Porto de Vítor Bruno.

Não foi preciso muito. Apenas meros segundos para perceber o posicionamento de Otávio Ataíde na saída de bola. Colado à linha lateral e completamente subido no campo, viu num sprint o erro de Diogo Costa no passe que daria possibilidade ao Anderlecht de inaugurar o marcador aos 14 segundos - algo que só não aconteceu por uma posição irregular de muito poucos centímetros.

A defesa estava inconstante perante um ataque belga que conseguiu driblar bem essas debilidades. O posicionamento na linha, as entradas à queima e a má abordagem na marcação individual deu vida a um Anderlecht que ainda se estava a encontrar em campo.

Mesmo assim, foi num erro que o marcador foi aberto. Depois de uma grande penalidade assinalada, após jogo perigoso dentro de área, Galeno foi chamado a converter e não falhou.

A vantagem no marcador era favorável aos dragões, mas o jogo dentro das quatro linhas demonstrava nervosismo, apreensão e alguma falta de sentido de orientação em campo. O que viria a suceder na segunda parte foi o espelho disso mesmo.

Sonhar, mas voltar a travar

Depois de 45 minutos, a vantagem do FC Porto prevalecia no resultado, mas o Anderlecht rapidamente soube como potenciar o ataque.

48 minutos. Mats Rits ao poste. 52 minutos. Tristan Degreef marca. Ambos os lances com algo em comum: erros defensivos dos dragões que se foram acumulando.

O tempo passou e os belgas relaxaram ligeiramente. O FC Porto aproveitou e, com poucos segundos em campo, Fábio Vieira deu uma nova vida aos dragões,... mas não durou muito porque, Francis Amuzu fez um golaço em arco que fez o empate voltar a imperar.

E imperou até final, mesmo com um lance que certamente deu uma nova velocidade cardíaca aos corações portistas protagonizado por Gonçalo Borges. Arrancou pela ala, driblou sobre o defesa dentro de área, mas o remate foi uma analogia materializada do que se passou no jogo do FC Porto dentro das quatro linhas: a intenção foi notória, mas ficou a faltar a realidade sem erros.

Agora, para os dragões, segue-se o Casa Pia no Estádio do Dragão.