O Liverpool tem sido um dos protagonistas mais surpreendentes do mercado de transferências deste verão. Com Arne Slot ao leme, os reds já investiram mais de 300 milhões de euros em reforços de peso, como Florian Wirtz, Jeremie Frimpong, Hugo Ekitiké e Milos Kerkez, sem aparentar quaisquer preocupações com os limites do Fair Play Financeiro (FFP) da UEFA.

E o fim de contratações parece ainda não estar à vista, com o ponta de lança sueco Alexander Isak a ser um dos alvos. O avançado do Newcastle United só poderá sair por um valor astronómico e manifestou o desejo de se juntar ao Liverpool.

O clube inglês continua a fazer contratações avultadas sem dificuldades, enquanto clubes de topo como o Barcelona e o Chelsea têm de ser criativos para cumprir os requisitos do Fair Play Financeiro. O Chelsea, por exemplo, oferece há anos contratos extremamente longos para distribuir os custos salariais por vários anos, enquanto o Barcelona, por sua vez, vendeu parte do seu departamento de comunicação para criar espaço financeiro adicional.

O jornal neerlandês sport nieuws explica como isto acontece. A regulamentação financeira não analisa apenas uma época, mas avalia os clubes ao longo de vários anos. O Liverpool soube tirar partido disso, pois, na época passada, o atual campeão inglês manteve-se discreto no mercado de transferências, contratando apenas Giorgi Mamardashvili e Federico Chiesa. Por outro lado, vendeu jogadores por cerca de cinquenta milhões, terminando o verão com um saldo positivo.

Além da estratégia de transferências bem-sucedida, o Liverpool também deu passos significativos a nível comercial. O clube conseguiu fechar um acordo bastante lucrativo com a Adidas, que rende 70 milhões de euros por ano. Além disso, tanto o sucesso na Liga dos Campeões como a conquista do título da Premier League trouxeram receitas adicionais consideráveis, até, inclusive, a digressão internacional por Hong Kong rendeu recentemente uns milhões extra.

A política do Liverpool, explica ainda o jornal neerlandês, centra-se no investimento estratégico, ou seja, apostar forte agora, com vista ao futuro, para que o plantel se mantenha ao mais alto nível durante mais tempo. Tendo em conta toda esta estratégia, a expectativa é que o Liverpool, ao contrário de clubes como o Chelsea e o Manchester United, que investem fortemente de forma consistente, dê um passo atrás nos próximos mercados de transferências e não gaste valores astronómicos todos os anos.

O Liverpool inicia a nova época da Premier League a 15 de agosto, com um jogo em casa contra o Bournemouth. Arne Slot e o plantel estão determinados a começar em força esta segunda época e a lutar novamente pela conquista do bicampeonato.