
Ivan Chishkala concedeu uma entrevista ao portal russo 'sports.ru' onde criticou duramente os métodos de Cassiano Klein, treinador de futsal do Benfica. O jogador de 30 anos, que deixou as águias ao fim de cinco temporadas, revelou que os "desentendimentos constantes" com o brasileiro foram a gota de água e lamentou que este o tentasse "controlar" constantemente.
"Em 2022 assinei um novo contrato e chegou o Pulpis. Ele não confiava muito nos fixos e pediu-me para assumir uma função mais recuada e ajudar a equipa. Fiz o trabalho 'sujo', algo absolutamente normal para mim. Mas a história continuou. Diziam-me 'temos um problema na defesa e precisamos de tapar esse buraco'. Joguei mais recuado durante dois anos. Discuti muito com os treinadores sobre isso", começou por contar, antes de falar da chegada de Cassiano Klein, em 2024/25.
"O treinador disse-me que eu deveria jogar de certa maneira e fazer o que ele mandasse. Queria ter controlo total, tentava controlar-me o tempo todo. E eu respondia 'eu sei o que preciso de fazer, não preciso que me estejas sempre a dizer. Posso dar coisas diferentes, não vou destruir o sistema'. Tentei explicar a minha posição e eles, sem rodeios, disseram-me 'tens de obedecer porque estás na base da hierarquia'. Respondi que isso não ia funcionar comigo. Tínhamos desentendimentos constantes", garantiu.
Depois, Chishkala expôs outra situação que, na sua opinião, mostrou que não tinha a confiança de Cassiano Klein: "Sou um jogador experiente e sei preparar um jogo. Se temos jogo no sábado, na quinta-feira dou 70-75% no treino. Sei que preciso de guardar forças. Se me observarem de fora, nem vão notar diferença. O treinador [Cassiano Klein] chega ao pé de mim e diz-me que isso não o deixa feliz. Ao que eu respondo 'no sábado vou mostrar resultados'. E ele diz-me que não acredita nisso porque já viu muitos jogadores assim. Quando chega o jogo, consigo marcar e ajudar a equipa. Depois, o treinador diz-me que não tem a ver com preparação, diz-me que tive sorte. Outro exemplo: ele acreditava que, depois do treino, um atleta se devia dedicar inteiramente ao futsal. E eu não penso assim. Para mim, o futsal faz parte da vida. Mas, ao mesmo tempo, é importante dedicar tempo à minha família, aos meus hobbies e a outras coisas. Se for jogar padel, isso significa que, para ele, não estou completamente focado", lamentou.
Recorde-se que, no adeus ao Benfica, Chishkala deixou uma mensagem aos adeptos onde garantiu ter sido informado que o clube planeava seguir sem a sua contribuição.