De forma categórica o Santa Clara impôs-se ao Larne, construindo uma vantagem robusta nesta 1.ª mão da 3.ª pré-eliminatória da Liga Conferência. A goleada pairou sempre sobre o relvado e os três golos de diferença são escassos para a supremacia dos açorianos.

Silva & Silva, Sociedade Açoriana do Golo, deixou marca bem vincada na Irlanda do Norte com uma campanha de sucesso, comandada pelo Chefe Venâncio. Foram três, mas podiam ter sido muitos mais, tantas foram as oportunidades claras criadas e desperdiçadas, que poderiam deixar ainda mais vincada a superioridade da equipa portuguesa, claramente muito superior aos vice-campeões norte-irlandeses.

Chefe que é chefe dá o exemplo e foi o que fez Frederico Venâncio quando a meio da primeira metade da empreitada, quiçá aborrecido com o marasmo em que o jogo se estava a arrastar, indicou o caminho do golo aos Silvas, lançando Gabriel para este colocar Wendel com o objetivo na ponta dos pés. Que foi alcançado.

E para não perder a embalagem, sete minutos depois Chefe Venâncio voltou a pegar nos cordelinhos: impôs-se a McKendry e voltou a solicitar os Silvas. Primeiro tabelou com Wendel e na cara do guarda-redes Ferguson deu de bandeja para Gabriel elevar os lucros.

Sem baixar o ritmo, um dos Silvas teve mais um momento para brilhar, quando Serginho rasgou a defesa dos locais e deixou Gabriel na cara do guarda-redes, bisando com um remate rasteiro. Foram 10 minutos devastadores do Santa Clara, que arrumou com o adversário.

Alcançada uma vantagem gorda, o Santa Clara geriu o jogo como quis e com proatividade no ataque, desperdiçando ocasiões mais do que suficientes para estar com, praticamente, os dois pés no play-off da Liga Conferência.

Luís Rocha, ainda antes do descanso, e Vinícius Lopes, por duas vezes, e Serginho, na segunda metade, estiveram muito perto de aumentar a diferença no marcador, o que até se justificava, tanta foi a diferença entre as duas equipas. Uma evidência que até mesmo a gerir o tempo e o resultado, deu para o Santa Clara construir ocasiões, dado que essa gestão foi efetuada em terrenos do adversário, não correndo a equipa de Vasco Matos qualquer risco defensivo.

Tanto é, que apenas por uma vez os norte-irlandeses ameaçaram a baliza de Gabriel Batista com perigo, ainda estava o jogo em branco, na sequência de um livre que O'Connor desviou de cabeça, para defesa atenta do capitão do Santa Clara. Muito pouco.

Nota para o regresso – que se saúda - de Pedro Pacheco a uma ficha de jogo, depois de em 2024/25 não ter competido devido a uma lesão no ligamento cruzado anterior do joelho direito. O central não saiu do banco de suplentes, mas já é opção para o treinador Vasco Matos, que neste jogo não contou com Lucas Soares, que está lesionado, e viu o seu substituto – Miguel Pires – sentir um desconforto no aquecimento e sair do onze, dando o lugar a Brenner Lucas.

O reforço Henrique Pereira também teve os primeiros minutos com a camisola dos açorianos e mostrou serviço com uma arrancada na esquerda, para servir Serginho em boa posição para faturar.

O que disse Vasco Matos, treinador do Santa Clara

«Entrámos muito bem, com uma 1.ª parte muito bem conseguida dentro daquilo que tínhamos falado e trabalhado. Fomos muito sérios, o nosso jogo claramente a funcionar, muito bem com bola a procurar os espaços que queríamos, a atrair o adversário e a atacar os espaços da sua última linha. Acho que fomos muito competentes nisso. Na 2.ª parte continuamos a circular, a criar situações e podíamos ter feito mais golos. Saímos daqui com um resultado muito positivo, mas a eliminatória ainda tem mais um jogo e temos de o encarar de uma forma muito séria e não podemos facilitar.»