Aleksander Ceferin, presidente da UEFA, abordou uma temática polémica da relação entre o organismo europeu do futebol e a geopolítica internacional, fazendo a distinção entre a situação da Rússia, que está banida das competições internacionais desde 2022 devido à guerra com a Ucrânia, e o caso de Israel, que continua a competir apesar do conflito com a Palestina.

«O que está a acontecer com os civis magoa-me. É impossível continuar a ver estas coisas. Por outro lado, não sou a favor de banir os atletas. O que pode um atleta fazer a um governo para parar a guerra? É muito, muito difícil. As equipas russas foram banidas. A guerra parou? Não parou. Portanto, por enquanto, não sei», começou por dizer, em entrevista ao Politico.

«Com a situação na Rússia e na Ucrânia houve uma pressão política muito forte. Agora é mais uma pressão da sociedade civil do que dos políticos, porque os políticos são, obviamente, muito pragmáticos quando se trata de guerras e vítimas. Não posso dizer o que vai acontecer. Há conversas sobre tudo, mas, pessoalmente, sou contra punir os atletas.»

Durante a Supertaça Europeia a UEFA exibiu no relvado uma faixa onde se podia ler «parem de matar crianças, parem de matar civis» e isso acabou por ser polémico:

«Sabem o que aconteceu no final? Recebi cartas de uma organização populista extremista de Israel dizendo que, por causa disso, somos anti-semitas. Por outro lado, recebi mensagens de grupos de extrema esquerda e pró-palestinianos dizendo que aquilo não é nada, que estamos apenas a lavar as mãos. Na vida, muitas vezes o melhor é não fazer nada. Mas se algo tão grave está a acontecer, então temos de fazer o que está certo.»