Não há duas sem três! Fernando Pimenta e José Ramalho arrebataram, este domingo, o ouro pela terceira vez na prova de K2 durante o Mundial de Metkovic 2024, em maratonas de canoagem, ampliando para seis (2+1) os pódios da Seleção na Croácia. Isto depois de, na quarta-feira, Maria Luísa Gomes ter sido campeã de juniores em K1, no sábado José Ramalho em K1 ter ganho a prata no K1 e Rui Lacerda o bronze em C1, e já hoje, no último dia do evento, Lacerta e Ricardo Coelho terem somado mais um bronze em C2 e João Sousa e Francisco Batista em K2 nos juniores.

«Sem dúvida, escrevemos mais uma bonita página na história da canoagem mundial e do desporto nacional. Até hoje não houve nenhuma equipa ou atleta a ser campeão do mundo em três anos consecutivos e nós fizemo-lo. Na canoagem já outros conseguiram, mas em anos alternados ou a trocar de parceiros. Sem dúvida que é fantástico, e logo depois de o José ter sido prata [K1] no sábado», refreiu Pimenta, em declarações à agência Lusa, recordando o sucesso da dupla na edições em Ponte de Lima 2022 e Vejan 2023 e a vantagem da modalidade ter o campeonato mundial todas as épocas, algo que, por exemplo, o hóquei em patins não tem quando foi, por duas ocasiões, tetra campeão mundial.

Fernando e José cumpriram os 29,8 Km do percurso mais longo do evento 1.53,56;58 horas, num final espetuclar em que só conseguiram superiorizar-se em pouco mais do que 1s face aos franceses Quentin Urban e Jeremy Candy, tendo os húngaros Adrian Boros e Tamas Erdelyi levado o bronze a 23s dos campeões.

«Não há segredos», garante Pimenta, de 35 anos. «É a experiência do José e alguma minha. E, depois, é aliar a perspicácia e o trabalho de longos anos na maratona que ele tem à minha vontade e potência que consigo imprimir nos muitos sprints que houve desde início. Batemos o melhor tempo em termos de velocidade média. Sabíamos que tínhamos de partir o grupo e fizemo-lo, por duas vezes. Depois foi tentar gerir ao máximo», revelou o duas vezes medalhado olímpico.

Por seu lado, José Ramalho, de 42 anos, que soma 11 medalhas em mundiais de maratonas e três como vice-campeão de K1, também salientou o muito trabalho que é necessário para se chegar ao sucesso. «É fruto de bastante trabalho. E excelentes colegas, um espírito de grupo que é a nossa formação de maratonas. Realmente, somos uma equipa, apoiamo-nos uns nos outros. O espírito que se vive juntos é extraordinário e isso faz com que a Seleção tenha este nível de resultados».

Sobre a magia e fácil conjugação de esforços na parceria com Pimenta, revela que quase é natural. «Desde a primeira vez que nos sentámos juntos num barco, percebemos que era não era preciso muito trabalho para o barco andar bem. São três anos a treinar bem e finalizar esta época com mais um título. O tri, é fantástico. Principalmente para mim, que tenho 42 anos. É já uma equipa de masters a conseguir novo ouro mundial absoluto, extraordinário», brincou.

Em 2025 Pimenta e Ramalho contam atacar o tetra em Gyor, na Hungria, «algo perfeitamente possível com este espírito de grupo e equipa apoio que temos», considera o mais velho.