Na entrevista que Bruno Lage deu à UEFA e que foi este domingo divulgada foi desafiado a descrever o Benfica em cinco palavras, mas também a analisar o que este regresso a uma casa que tão bem conhece significa para si. 

"Em cinco palavras? Casa – porque foi há 20 anos que entrei no Benfica, que comecei a minha careira, e tenho um sentimento enorme de pertença. Trabalhei no futebol 7, depois com as equipas de Sub-15, Sub-17, Sub-19, Equipa B e Equipa A. Sonho – porque acabei por concretizar todos os meus sonhos profissionais no Benfica. Orgulho – orgulho enorme em pertencer à história do Benfica e a títulos conquistados. "Unum" – porque me identifico muito com o lema do Benfica, o trabalho em equipa, e é nisso que me revejo todos os dias, no trabalho em equipa com o staff, o trabalho que faço em equipa com os jogadores, com a estrutura, e também a relação que nós temos – eu, staff, jogadores, estrutura –com os adeptos. É muito importante, identifico-me muito com o trabalho em equipa. Ambição – acho que é uma palavra que retrata muito aquilo que é a história e a tradição do clube, aquilo que é a exigência dos nossos adeptos, e também de quem trabalha diariamente no clube, a esperança de continuar a conquistar títulos para o Benfica."

Regresso: "Senti-me com orgulho, com um enorme orgulho. Meses antes, eu tinha dado uma entrevista em que mencionei exatamente esse facto, de sentir que a minha história no Benfica merecia outro fim. E quis o destino que essa oportunidade voltasse a surgir, por isso foi com muito orgulho que recebi o convite, e é com enorme ambição que aqui estou para realmente fazer um fim diferente e voltar a conquistar títulos pelo Benfica."

Experiências em Inglaterra e no Brasil: "Ficaram essas duas experiências tão ricas e tão diferentes. Olhando um pouco agora para trás, acho que foram fundamentais. Até mesmo no crescimento enquanto treinador, aconselho, se houver a oportunidade de ter estas experiências, porque fazem de nós melhores treinadores. Quer a experiência de Inglaterra, pela cultura e pelo contexto, e pelas competições, quer a experiência completamente diferente no Brasil. A maior riqueza em termos de crescimento foi em Inglaterra, por várias razões. Até recuo um pouco porque uma das grandes experiências da minha vida foi realmente o Championship, isso deu-me a capacidade de vivenciar pela primeira vez o que é ter uma equipa a competir com jogos a meio da semana. O Championship é um campeonato muito duro e que nos dá essa aprendizagem, de percebermos como trabalhar e preparar uma equipa com jogos de três em três dias. E a Premier League, que nos dá uma riqueza enorme pelo facto de estarmos, primeiro, a disputar jogos com 19 treinadores que podiam estar a competir na Champions League, com equipas recheadas de grandes jogadores, e a riqueza tática e estratégica de cada jogo. Por isso, foram duas experiências fantásticas que nos deixam continuar a trabalhar, continuar a evoluir para cada dia sermos mais competentes."