
Na sequência da vitória (0-2) fora de portas diante do Nice, no Allianz Riviera, o Benfica regressa, esta terça-feira, às noites de Liga de Campeões com um único objetivo em mente: carimbar a presença na próxima fase da prova. O segundo duelo entre as duas equipas disputa-se no Estádio da Luz e está agendado para as 20 horas.
À boleia do duelo, o zerozero decidiu mergulhar na sua vasta base de dados para compreender como tem sido a participação dos emblemas portugueses nesta página da competição - referente à 3.ª pré-eliminatória - e perceber se os encarnados têm, ou não, motivos para sorrir.
A resposta é clara, caro leitor. Se a vitória obtida em Nice conferia já algum alívio, o histórico dos clubes lusos na ronda em questão deixa os pupilos de Bruno Lage ainda mais tranquilos. Desde 2009/10- época em que foi implementada a eliminatória do playoff-, as equipas nacionais participaram em nove eliminatórias que antecedem o playoff e foram felizes por sete ocasiões - 77,8 por cento de aproveitamento.
Além disso, o Benfica é o conjunto português mais representado na respetiva lista e que, consequentemente, mais passagens à fase seguinte conquistou - os encarnados apenas ficaram pelo caminho por uma vez, numa 3.ª pré-eliminatória com contornos muito distintos, na temporada 2020/21.
Com este cenário em mente, o nosso portal convida-o, caro leitor, a acompanhar esta análise cujo objetivo principal é compreender se o passado corrobora o que a superioridade dentro das quatro linhas produziu: o sonho das águias em ficar mais perto da fase de liga da Champions.
Repetir a receita de 2021/22
Ora, como referido acima, o Benfica é a equipa com mais experiência no que toca a participar em duelos da 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões. No total, as águias estiveram presentes em nove encontros - repartidos por cinco participações - e somaram seis triunfos, dois empates e apenas uma derrota - recorda-se quando Andrija Zivkovic aplicou a lei do ex?
O desaire em questão prende-se com a atípica edição 2020/21 da Champions, em que as rondas de qualificação - à exceção do playoff - ficaram resolvidas com apenas uma partida. Neste caso, a vitória do PAOK em casa foi suficiente para os helénicos alcançarem a fase seguinte, sendo que os encarnados nem tiveram oportunidade de tentar virar a eliminatória diante dos seus adeptos.
Este, porém, é um caso díspar, já que o restante passado das águias em período de qualificação é pautado somente por vitórias e empates.
Uma vez que o Benfica disputou a primeira mão da eliminatória no reduto do Nice, é seguro assumir que o conjunto orientado por Bruno Lage pode - e deve - inspirar-se no resultado obtido em 2021/22 - quando também iniciou a campanha europeia a jogar fora de portas.
Na altura, as águias principiaram os trabalhos na prova milionária em Moscovo, no estádio do Spartak local. À data, a turma conduzida por Jorge Jesus bateu a equipa russa por 0-2 - o mesmo resultado obtido agora em solo francês - e resolveu a eliminatória na Luz, repetindo a mesma receita. Bruno Lage vai querer, certamente, fazer igual - ou melhor.
Maior obstáculo já foi superado
O triunfo conquistado longe de Portugal é também um indicador positivo para a formação encarnada. Apesar do registo 100 por cento vitorioso a jogar no Estádio da Luz - tendo em conta somente os jogos disputados nesta fase desde 2009/10 -, é nas deslocações que as águias apresentam algumas dificuldades.

Na temporada 2011/12, o Benfica derrotou o Trabzonspor a jogar em casa, mas não foi além de um empate no reduto do emblema turco. O emblema português repetiu o mesmo cenário alguns anos depois, na época 2018/19, quando venceu o Fenerbahçe por 1-0 na Luz, mas deixou-se empatar na Turquia.
Não obstante, e tal como já foi salientado, a única derrota dos encarnados a contar para esta fase da competição aconteceu na Grécia, em 2020/21, quando Jorge Jesus e os seus discípulos foram eliminados pelo PAOK.
É certo que a eliminatória atual, diante do Nice, ainda não está resolvida, mas o passado recente confere alento ao adeptos do Benfica, já que o emblema que apoiam têm conseguido obter resultados positivos, nos últimos anos, na condição de visitado.
Emblemas lusos com histórico de sucesso
Caso a nossa investigação adquira uma vertente mais abrangente e o Benfica seja retirado da equação em questão, o histórico dos emblemas portugueses continua com saldo positivo. Isto porque apenas um conjunto foi incapaz de carimbar a passagem ao playoff no período analisado: o FC Porto.

A formação azul e branca sucumbiu aos pés do FK Krasnodar, na temporada 2019/20, e viu os milhões da Champions tornarem-se uma miragem face à derrota obtida no Estádio do Dragão. A turma orientada por Sérgio Conceição arrancou de forma positiva, com um triunfo em solo russo, mas uma exibição paupérrima nos primeiros 45 minutos do embate caseiro levou a um desaire total na eliminatória.
Este caso é, ainda assim, a exceção e representa a única ocasião em que um emblema português disputou a 3.ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões e não alcançou a passagem à fase seguinte - isto, claro, desde a temporada 2009/10, como já explicado anteriormente, e sem contar com a já mencionada eliminatória do Benfica com o PAOK.

De resto, tanto o Sporting como o SC Braga foram felizes. Na temporada 2009/10 - a primeira com playoff implementado -, os leões somaram dois empates - em casa e fora, respetivamente - diante do FC Twente, mas beneficiaram da vantagem conferida pelos golos marcados fora de portas para avançar na competição.
Já os minhotos somam duas participações na fase em questão: em 2010/11 e em 2023/24, tendo vencido ambas as disputas. Na primeira, os arsenalistas derrotaram o Celtic por 3-0 na Pedreira, sendo a derrota na Escócia foi insuficiente para derrubar a formação do Minho.
Num passado mais recente, nomeadamente na temporada 2023/24, o conjunto de Braga somou duas vitórias sem espinhas diante do TSC Backa Topola - por 3-0 e 1-4, respetivamente -, tendo sido esta uma eliminatória bastante tranquila para o emblema nortenho.
Conseguirá o Benfica ser mais um caso de sucesso nesta fase da prova?