O presidente do Paços de Ferreira admitiu esta sexta-feira que o plantel ainda não está fechado e apontou a permanência como objetivo numa Segunda Liga que comparou a "uma corrida de Ferraris".

"Não está fechado, ainda estamos à procura de guarda-redes e de um ponta de lança. Poderão existir mais entradas, dependendo de saídas", afirmou Rui Miguel Abreu, em declarações à agência Lusa.

O jovem dirigente, de 38 anos e na presidência do Paços desde abril, sublinhou que a construção do grupo resulta de um modelo de decisão partilhada entre scouting, equipa técnica e direção.

"É um projeto criado a três cabeças, digamos assim: entre o departamento de 'scouting', responsável pela identificação dos jogadores, a equipa técnica, a quem compete validar os aspetos técnicos e táticos, e a direção, que faz a validação do ponto de vista financeiro", explicou.

Apesar das limitações, o dirigente acredita que o novo plantel pode trazer maior estabilidade.

"Acreditamos que o plantel, não sendo exuberante, permite desfazer alguns desequilíbrios que existiam e nos pode dar tranquilidade mais cedo. O objetivo é unicamente a permanência", precisou.

Rui Abreu admitiu, por outro lado, que o calendário não foi amigo do Paços, destacando a dificuldade do arranque de época.

"Tivemos um bocadinho de azar no sorteio. A meu ver, apanhamos nas três primeiras jornadas os três principais candidatos à subida [Vizela, Académico de Viseu e União de Leiria], e será um início complicado", analisou.

Sobre o Vizela, adversário da primeira ronda, não tem dúvidas quanto à ambição dos minhotos, que considera "claramente um dos candidatos".

"O Vizela é uma equipa que desportivamente esteve muito bem no ano passado. Só não subiu de divisão por causa de um autogolo no penúltimo jogo. Mantiveram uma parte significativa do plantel, reforçaram-se com muita qualidade. Vai ser um duro teste logo na primeira jornada", considerou.

Aos adeptos, Rui Abreu deixou uma mensagem de apelo à união em torno da equipa, por considerar que "as pessoas têm de perceber que os jogadores absorvem também muito daquilo que está a acontecer ao clube, como esta instabilidade e a aparente desunião entre os próprios adeptos".

"Durante os 90 minutos tem de haver apoio à equipa, porque é o Paços que joga", defendeu, resumindo, por fim, as dificuldades que o clube enfrenta com uma metáfora: "As pessoas têm de perceber que estamos a entrar com um Fiat Uno numa corrida de Ferraris".

O Paços de Ferreira inaugura a nova época no sábado, às 11H, recebendo o Vizela, no jogo que marca o arranque da Segunda Liga 2025/26.