Guarda-redes do Benfica e da Seleção Nacional fez longa publicação nas redes sociais
Ana Catarina, guarda-redes de futsal do Benfica e da Seleção Nacional deixou fortes críticas à UEFA devido à ausência de uma Liga dos Campeões de futsal feminino. Numa longa publicação nas redes sociais, a internacional portuguesa de 32 anos sublinha que esta é a única modalidade que não tem competições europeias.
Recorde-se que, em dezembro de 2023, as encarnadas bateram as italianas do Bitonto na final da Futsal Women's European Champions, conquistando o torneio, que é considerado a principal competição de clubes a nível europeu no futsal feminino – o troféu até é semelhante ao da Champions League –, mas não possui a tutela da UEFA, ou seja, não é considerada oficial.
Leia o 'post' na íntegra:
"Para todas as pessoas que amam futsal,
Estamos perto do fim do ano 2024 e o futsal feminino continua a ser a única modalidade de pavilhão que não tem competições europeias de clubes organizadas de forma oficial pelo organismo que nos tutela, a UEFA. Repito: somos a única modalidade.
Todos os anos os clubes fazem esforços financeiros e uma apertada gestão de calendário. Muitas vezes, aliás, as jornadas dos respetivos campeonatos nacionais têm de ser adidas ou jogadas sem o intervalo adequado recomendado para o descanso das atletas, para que se consiga organizar e disputar um torneio onde estejam os campeões dos países mais fortes da Europa, de modo a que seja possível disputar-se uma espécie de Liga dos Campeões.
Todos os anos essa mesma competição internacional não é organizada pela UEFA, mas é autorizada pela mesma. E, invariavelmente, ouvimos sempre a mesma frase que, no princípio, até nos animava: "a UEFA tem observadores no torneio".
Todos os anos pretendemos proporcionar um grande espetáculo na esperança de que isso contribua para que, um ano volvido, seja então possível ver a UEFA a organizar, de forma oficial, a primeira edição da Liga dos Campeões, independentemente do formato ou do número de países e equipas envolvidos. Mas, invariavelmente, todos os anos o resultado é o mesmo: ainda não é desta.
Na próxima época desportiva, 2025/2026, teremos o primeiro Mundial de futsal feminino. Não seria de aproveitar o impulso dado pela FIFA para, finalmente, avançar com a criação de uma Liga dos Campeões verdadeiramente organizada - e não apenas autorizada e 'observada' - pela UEFA? O que falta para que isso possa acontecer?
Nós, jogadoras de futsal, as portuguesas mas seguramente também as de outras nacionalidades, não pretendemos qualquer tipo de tratamento de exceção. Tão somente gostaríamos de ter as mesmas oportunidades do futsal masculino e das restantes modalidades de pavilhão femininas. Será pedir muito? Se foi (e continua a ser) possível noutras modalidades, haverá alguma razão para que uma instituição tão poderosa quanto a UEFA - que tem dado passos significativos e louváveis noutras áreas - não avance nesse sentido? Não queremos viver numa sociedade com iguais direitos, regalias e oportunidades para homens e mulheres?
Uma coisa, porém, é certa: nós continuaremos a sonhar com esse dia. E a lutar por ele. Todos os dias."
Recorde-se que, em dezembro de 2023, as encarnadas bateram as italianas do Bitonto na final da Futsal Women's European Champions, conquistando o torneio, que é considerado a principal competição de clubes a nível europeu no futsal feminino – o troféu até é semelhante ao da Champions League –, mas não possui a tutela da UEFA, ou seja, não é considerada oficial.
Leia o 'post' na íntegra:
"Para todas as pessoas que amam futsal,
Estamos perto do fim do ano 2024 e o futsal feminino continua a ser a única modalidade de pavilhão que não tem competições europeias de clubes organizadas de forma oficial pelo organismo que nos tutela, a UEFA. Repito: somos a única modalidade.
Todos os anos os clubes fazem esforços financeiros e uma apertada gestão de calendário. Muitas vezes, aliás, as jornadas dos respetivos campeonatos nacionais têm de ser adidas ou jogadas sem o intervalo adequado recomendado para o descanso das atletas, para que se consiga organizar e disputar um torneio onde estejam os campeões dos países mais fortes da Europa, de modo a que seja possível disputar-se uma espécie de Liga dos Campeões.
Todos os anos essa mesma competição internacional não é organizada pela UEFA, mas é autorizada pela mesma. E, invariavelmente, ouvimos sempre a mesma frase que, no princípio, até nos animava: "a UEFA tem observadores no torneio".
Todos os anos pretendemos proporcionar um grande espetáculo na esperança de que isso contribua para que, um ano volvido, seja então possível ver a UEFA a organizar, de forma oficial, a primeira edição da Liga dos Campeões, independentemente do formato ou do número de países e equipas envolvidos. Mas, invariavelmente, todos os anos o resultado é o mesmo: ainda não é desta.
Na próxima época desportiva, 2025/2026, teremos o primeiro Mundial de futsal feminino. Não seria de aproveitar o impulso dado pela FIFA para, finalmente, avançar com a criação de uma Liga dos Campeões verdadeiramente organizada - e não apenas autorizada e 'observada' - pela UEFA? O que falta para que isso possa acontecer?
Nós, jogadoras de futsal, as portuguesas mas seguramente também as de outras nacionalidades, não pretendemos qualquer tipo de tratamento de exceção. Tão somente gostaríamos de ter as mesmas oportunidades do futsal masculino e das restantes modalidades de pavilhão femininas. Será pedir muito? Se foi (e continua a ser) possível noutras modalidades, haverá alguma razão para que uma instituição tão poderosa quanto a UEFA - que tem dado passos significativos e louváveis noutras áreas - não avance nesse sentido? Não queremos viver numa sociedade com iguais direitos, regalias e oportunidades para homens e mulheres?
Uma coisa, porém, é certa: nós continuaremos a sonhar com esse dia. E a lutar por ele. Todos os dias."