
A Amnistia Internacional deixou fortes críticas ao acordo que o Barcelona assinou em junho com o governo da República Democrática do Congo e pelo qual vai receber 40 milhões de euros, verba que ajudará os catalães a superarem os problemas do fair-play financeiro, nomeadamente no que toca à inscrição de jogadores na LaLiga.
O clube vai encaixar 10 milhões por época nos próximos quatro anos pela 'cedência' do espaço nas costas das camisolas de treino das suas equipas profissionais, onde se pode ler 'RD Congo - Coeur de L'Afrique' [RD Congo - coração de África]. Além disso, o país tornar-se-á num 'global partner', com direito a um espaço no estádio do Barça, para promover a sua "diversidade cultural e desportiva".
Mas a associação do Congo a um clube com a visibilidade do Barcelona não é bem vista pela Aministia Internacional, que, segundo a 'Marca', deixa um alerta: "O desporto não pode ser uma montra para encobrir violações dos direitos humanos".
O organismo lembra que "a região leste da República Democrática do Congo é marcada por um conflito armado entre o Movimento 23 de Março, apoiado pelo Ruanda, e grupos apoiados pelo exército congolês, com violações coletivas de mulheres, abusos contra a população civil e controlo de territórios ricos em minerais."
"Quando vemos 'Visite o Ruanda' ou 'RD Congo-Coeur de l'Afrique' numa t-shirt, também devemos ver os abusos que tentam esconder", avisa a Aministia Internacional lembrando que no país há "detenções arbitrárias, tortura, restrições à liberdade de expressão e um elevado número de sentenças de morte".