
André Ceitil estreou-se na 1.ª Liga aos 30 anos, em representação do Tondela e logo diante do Benfica - que representou na etapa de formação - e em pleno Estádio da Luz, onde chegou a ser apanha-bolas. Numa longa publicação na sua conta de Instagram, o médio recorda todo o seu trajeto no futebol até conseguir esta conquista, em parte marcado por uma lesão grave num joelho, quando representava o Vilafranquense.
"Contra todas as probabilidades, este miúdo da margem sul chegou ao topo do futebol português", começa por referir, recordando a ligação de infância ao futebol. "Nunca fui o mais tecnicista, nem o mais veloz, nem o mais inteligente e, muito menos, o mais ágil. Sempre tive de lutar o dobro, enfrentar obstáculos atrás de obstáculos, superar limitações e, sobretudo, uma lesão muito grave, que muitos viam como definitiva e que davam por terminada a minha carreira. Mas. dentro de mim havia algo mais forte do que qualquer dificuldade: a vontade de não desistir, a resiliência", conta.
Essa lesão grave foi no joelho direito, quando representava o Vilafranquense. O problema foi contraído no outono de 2020 e só voltou aos relvados em janeiro de 2022! "Joguei na 1.ª Liga Portuguesa de Futebol, aos 30 anos cumpri o meu sonho de criança, e isso ninguém me pode tirar", atira ainda André Ceitil, que chegou ao patamar principal após 143 jogos na 2.ª Liga e 95 no Campeonato de Portugal, além das Taças e da experiência na Roménia, no Universitatea Cluj.
Leia a publicação de André Ceitil na íntegra:
"Contra todas as probabilidades, este miúdo da margem sul chegou ao topo do futebol português!
Desde criança - a dar chutos na bola com os meus avós, com o meu pai, com o meu primo e os meus amigos, no quintal de casa, na praia, na rua - que sonho com este momento!
A verdade é que nunca foi fácil. Nunca fui o mais tecnicista, nem o mais veloz, nem o mais inteligente e, muito menos, o mais ágil. Sempre tive de lutar o dobro, enfrentar obstáculos atrás de obstáculos, superar limitações e, sobretudo, uma lesão muito grave, que muitos viam como definitiva e que davam por terminada a minha carreira. Mas. dentro de mim havia algo mais forte do que qualquer dificuldade: a vontade de não desistir, a resiliência!
Hoje, olho para trás e sinto orgulho! Orgulho por não ter baixado os braços, por ter continuado quando tudo dizia que era hora de parar, por ter transformado as minhas cicatrizes em força, de todas as coisas que tive que sacrificar e abdicar para chegar até aqui. Joguei na 1.ª Liga Portuguesa de Futebol, aos 30 anos cumpri o meu sonho de criança, e isso, ninguém me pode tirar!
Este não é apenas o meu triunfo, é a prova de que o acreditar, o lutar, o sonhar e o resistir vale a pena! Obrigado a todos os que sempre me apoiaram: à minha família linda, à melhor noiva que podia pedir, aos meus amigos incansáveis, aos meus colegas de equipas e treinadores que torcem e torceram por mim, hoje e sempre!
Mas também quero agradecer a todos aqueles que não o fizeram. Os que não apoiaram e os que não acreditaram. Sem saberem, ajudaram-me a ser mais forte e a acreditar ainda mais!
Estreei-me na 1.ª Liga em frente de 60.000 pessoas, no estádio em que, em tempos, fui apanha-bolas. E que lindo que foi. Obrigado futebol, obrigado vida e obrigado família. Sou grato por tudo o que conquistei até aqui e por tudo aquilo que ainda quero conquistar."