
Paulo Cunha, jornalista de A BOLA, recorda o dia em que ouviu falar de Cristiano Ronaldo pela primeira vez, com uma previsão certeira.
«Eu lembro-me que a primeira vez que ouvi falar no Cristiano Ronaldo, estava num jogo de juniores, ainda num campo de treinos do antigo Estádio da Luz, e estava o professor Silveira Ramos, se não me engano, que fazia parte das equipas técnicas da formação das seleções nacionais jovens.
E ele estava a assistir a esse jogo de juniores, da fase final. Eu estava ali ao lado dele, estávamos a falar: ‘Há poucos avançados, há poucos goleadores…’. E ele disse-me: ‘Olha, há um miúdo madeirense chamado Cristiano Ronaldo, que é muito tímido, às vezes ainda chora porque sente que quer voltar à ilha, tem saudades dos pais, mas olha, vai ser o melhor ponta de lança português’. Eu fiquei com aquilo no ouvido.
Cristiano Ronaldo é um nome que até fica no ouvido. E de repente comecei a ver notícias do Sporting, quase uma notinha de rodapé: Cristiano Ronaldo, jovem de 16 anos, ou 17, chamado a treinar à equipa principal. Depois, Cristiano Ronaldo a participar num jogo de preparação, e às tantas fui acompanhando com esse clique que esse treinador das seleções jovens me tinha dado.
E depois é aquilo que nós sabemos: o Sporting, o Man. United e o Real Madrid, mas a primeira vez que eu ouvi falar nele foi esse professor Silveira Ramos que me alertou: ‘Temos crise de goleadores’ - porque na altura eram o Nuno Gomes e o Pauleta, que eram os únicos avançados que nós tínhamos - ‘mas olha que há um miúdo madeirense que vai dar muito de falar’. E deu mesmo muito de falar.»
Hoje Jogo Eu é um programa de A BOLA com conversas intimistas com os seus jornalistas. Veja o programa completo no vídeo que abre este artigo.