
Miguel Oliveira resiste enquanto a Yamaha corta laços: a Aprilia surge como tábua de salvação
Numa reviravolta que abalou o paddock da MotoGP, Miguel Oliveira encontra-se num momento crítico da sua carreira. Após sete temporadas consecutivas no topo do motociclismo mundial, o piloto português ficou sem lugar assegurado para 2026. A decisão da Yamaha foi clara: manter Jack Miller na Pramac Racing, ao lado de Toprak Razgatlioglu, deixando Oliveira fora dos planos.
A situação do português tornou-se delicada. Apesar de ter contrato, a Yamaha acionou uma cláusula de performance, deixando o piloto sem margem de manobra. Com apenas 10 pontos somados nesta temporada, contra os 52 de Miller, a marca de Iwata não hesitou em romper o vínculo, alegando falta de resultados. Aquilo que era já um segredo falado nos bastidores tornou-se realidade dura durante o Grande Prémio da Hungria.
Contudo, Oliveira está longe de se resignar. Recusando uma mudança para o Mundial de Superbike, apesar de várias propostas interessantes, mantém-se determinado em continuar na MotoGP. Mesmo que seja pela porta de serviço — como piloto de testes, em wildcards ou substituindo lesionados —, o português quer permanecer na elite.
A oportunidade mais promissora poderá vir da Aprilia, que demonstrou abertura para integrar o ex-piloto da KTM e da Yamaha no seu programa de testes, ao lado de Lorenzo Savadori. Ainda assim, há um entrave: Savadori continua a ser a prioridade, e a equipa italiana pretende garantir-lhe participações em corridas.
E onde fica então Oliveira? A KTM, que poderá perder Pol Espargaró para a BMW em Superbikes, não tem planos para reforçar a sua estrutura de testes, deixando o português — apesar do seu passado com a marca — sem perspetivas. Já a Honda só deverá mexer-se se Aleix Espargaró decidir abandonar a competição, algo pouco provável dado o seu foco atual no ciclismo.
Com apenas 30 anos, Miguel Oliveira não está preparado para sair de cena em silêncio. Depois de uma passagem turbulenta pela Yamaha, joga agora a sua última carta para se manter na linha da frente da MotoGP, mesmo que isso signifique assumir um papel menos glamoroso. A luta pelo futuro está em marcha, e o português está determinado a contrariar as probabilidades.
À medida que o xadrez da MotoGP continua a mudar, todas as atenções se voltam para Oliveira. Conseguirá garantir um lugar que o mantenha no jogo ou enfrentará a dura realidade de ficar de fora? Uma coisa é certa: Miguel Oliveira ainda não está pronto para ser descartado.