
Em 2024/25, a Liga dos Campeões apresentou-se com uma nova cara, provocando nos que a acompanham há anos a sensação de que estavam a conhecer alguém pela primeira vez. O novo formato não encheu as medidas a toda a gente e, enquanto os céticos procuram familiarizarem-se com o esqueleto, mais novidades parecem estar a surgir.
Nos moldes atuais, a Liga dos Campeões é disputada por 36 clubes, um incremento de quatro face a 2023/24. A fase de liga, momento em que todos os envolvidos são incluídos numa mesma classificação – embora não joguem todos contra todos – estreou-se com o Liverpool a alcançar o primeiro lugar. Os ingleses encabeçaram o grupo de equipas (do primeiro ao oitavo) que seguiu diretamente para os oitavos de final. Quem se posicionou entre o nono e o 24.º lugar passou por um play-off.
Até aqui, não se prevê que existam novidades nas próximas edições, sendo que os principais retoques podem acontecer nas eliminatórias. O “Bild” informa que no cardápio do próximo encontro do Comité de Competições de Clubes da UEFA vai estar a discussão de três propostas a adotar no momento mais adiantado da prova.
Entende o jornal alemão que podemos estar perante o fim do prolongamento. Assim, quando a decisão de quem segue para a ronda seguinte estiver num impasse, avança-se logo para os penáltis. Entre 2014/15 e 2023/24, as últimas dez temporadas completas, existiram 13 prolongamentos, cinco (38%) após o fim da regra dos golos fora (2021/22) que aumentou as possibilidades de empate ao fim de duas mãos. Nas ocasiões em que horas extraordinárias não permitiram decidir um vencedor, seis seguiram para as grandes penalidades.
Após a dissolução da norma onde, numa situação de empate ao fim dos dois jogos, estava contemplado o avanço da equipa que marcasse mais golos no estádio do adversário, parece ter existido uma subida do número de prolongamentos. O final do tempo complementar significa resolver um problema – a sobrecarga dos jogadores – autoimposto.
Nas próximas épocas está também previsto que as equipas melhor classificadas na fase de liga tenham a oportunidade de realizar em casa a segunda mão de todas as eliminatórias em que estejam envolvidas. Nos quartos de final, o Arsenal não usufruiu desse direito contra o Real Madrid, fechando os quartos de final no Estádio Santiago Bernabéu, algo que motivou protestos dos gunners. Martin Keown, antigo jogador e um dos representantes da equipa inglesa no sorteio, afirmou à TalkSPORT que “tem que haver algum benefício em terminar nos oito primeiros” da fase de liga. O Barcelona sofreu com o mesmo problema nos quartos de final. De qualquer modo, ambos os clubes permaneceram em competição.
O terceiro aspeto mencionado pela publicação germânica é a possibilidade das equipas do mesmo país se defrontarem apenas a partir dos quartos de final. A situação referida aconteceu no Paris Saint-Germain-Brest (play-off), Atlético Madrid-Real Madrid e Bayern Munique-Bayer Lerverkusen (oitavos de final).
O Comité de Competições de Clubes da UEFA encontra-se a 30 de maio, em Munique. O presidente do FC Porto, André-Villas Boas, será um dos participantes na reunião que abordará as mutações.