O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky instou, esta quinta-feira, a comunidade internacional a reagir, após Moscovo ter reivindicado o disparo de um novo míssil balístico hipersónico contra a Ucrânia, que aumenta a "escala e brutalidade" da guerra entre os dois países.

"O mundo deve reagir. Neste momento, não há uma reação forte", lamentou Zelensky numa mensagem nas redes sociais.

"Temos de reagir. Temos de exercer pressão. Temos de empurrar a Rússia para uma paz real, que só é possível pela força", insistiu.

Zelensky defendeu ainda que Putin deve "sentir o custo das suas ambições doentias".

Segundo o chefe de Estado ucraniano, este lançamento de um míssil balístico de médio alcance sobre a Ucrânia é "uma prova de que a Rússia não quer absolutamente a paz".

"Este é um aumento claro e sério na escala e na brutalidade desta guerra", frisou ainda Zelensky.

O Presidente russo Vladimir Putin confirmou o disparo de um míssil "Orechnik", uma nova arma que elogiou e classificou como imparável. Este míssil não estava equipado com uma ogiva nuclear.

Putin acrescentou que o ataque teve como alvo as fábricas do grupo Pivdenmach, que fabrica nomeadamente componentes para mísseis, na cidade de Dnipro, no centro da Ucrânia.

O líder do Kremlin justificou o lançamento como resposta a dois recentes bombardeamentos levados a cabo pela Ucrânia em território russo, com recurso a mísseis ocidentais ATACMS e Storm Shadow.

Também em resposta, Moscovo já tinha publicado uma nova doutrina nuclear.

A própria Rússia é acusada de escalada, tendo, segundo Kiev e o Ocidente, agora o apoio de pelo menos 10 mil soldados norte-coreanos.

Zelensky defendeu, esta quinta-feira, que a Ucrânia tem "pleno direito" de utilizar estas armas fornecidas pelo Ocidente contra a Rússia, que invadiu o seu país em fevereiro de 2022.

Acusou ainda Moscovo de proceder, com o disparo deste míssil, a uma segunda escalada do conflito num ano, com o primeiro a ter sido "o envolvimento da Coreia do Norte na guerra contra a Ucrânia, com um contingente de pelo menos 11.000 soldados".