Uma partida, já conhecida, da cidade italiana de Turim, seis etapas de alta montanha, um contrarrelógio por equipas e várias montanhas de culto marcam o traçado da 90.ª edição da Volta a Espanha, que foi apresentada na quinta-feira.

Com uma partida à parte da região de Piedmont, em Itália, a Vuelta, na estrada entre 23 de agosto e 14 de setembro do próximo ano, arranca, depois dessas três etapas, para um percurso por várias das ascensões que marcaram anos e anos da última das três 'grandes voltas' do ano, em nova edição com incursões no estrangeiro, depois de, em 2023, ter 'animado' Portugal.

Depois de Itália, o pelotão ainda passa em França, para Montgenèvre e Lautaret como testes montanhosos habituais no Tour, a caminho de Voiron, antes de um 'transfer' muito criticado, por via aérea, para a quinta etapa, um contrarrelógio por equipas na terra do Museu Salvador Dalí, Figueres.

Depois dessa raridade em grandes voltas nos anos recentes, Andorra testará os favoritos na alta montanha, no quarto país atravessado pela caravana, com cinco etapas deste tipo ao todo, além de outras seis de média montanha.

Subidas de Morredero, Cerler e Valdezcaray surgem no traçado, assim como o 'temido' Angliru, na 13.ª etapa, de 202 quilómetros.

Valladolid, que recebeu a chegada da primeira etapa da primeira edição da Vuelta, terá um potencialmente decisivo contrarrelógio individual, a quatro dias do fim da 90.ª edição, que culmina com uma etapa de montanha, até Bola del Mundo, antes da 'procissão' final, em 14 de setembro, até Madrid.

O traçado desafiante poderá atrair, desde logo, o esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates), que venceu Volta a França e Volta a Itália em 2024, tendo sido terceiro na única participação em Espanha, em 2019.

'Pogi' tinha garantido ir esperar para ver percursos de Giro e Vuelta, para decidir qual delas acompanhará o Tour no seu calendário, enquanto o campeão da última edição, o também esloveno Primoz Roglic (Red Bull-BORA-hansgrohe), escolheu Itália e França para este ano que vem.

"Não sabemos ainda se Tadej virá ou não à Vuelta, depende do que falarmos. Evidentemente, correrá um dia aqui, isso está garantido, mas não sei se este ano ou mais adiante. Ele sempre gostou da Volta a Espanha, mas ainda temos muito a falar antes de decidir", declarou o diretor da equipa, Josean Matxín, à agência noticiosa EFE.

O diretor da corrida, Javier Guillén, assinalou o encontro com a história que 2025 representará, numa apresentação com vários campeões presentes, de Alberto Contador a Chris Froome, Fabio Aru, Abraham Olano e Roberto Heras, um "gesto para com os seus campeões".

"Partir de Itália supõe que insistamos na ideia de inovação da corrida, descobrindo novos cenários", como os Alpes que se estreiam no traçado, declarou.

Segundo Guillén, este ano é também de "fazer um gesto perante a História", ao "recuperar subidas que há muito não entravam, como Cerler ou Morredero", além "do símbolo da Vuelta, o Angliru".

"Será uma Vuelta que mira o céu, e não o solo. É especialmente dura, o que dará oportunidade a todos. O que se pretende é que sejam etapas combativas e ofereçam espetáculo e emoção até ao final", explicou.