
A Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) apresentou a campanha de Verão “Bula do Sol”, criada para sensibilizar para a prevenção do cancro da pele. Tal como uma bula médica, esta iniciativa reúne instruções simples e acessíveis sobre como “usar” o sol de forma segura.
O manual, gratuito e disponível online e em vários pontos do país entre julho e setembro, traz indicações, advertências e conselhos práticos sobre exposição solar, sinais de risco e aplicação correta do protetor.
Segundo a LPCC, a campanha resulta de parcerias com várias marcas e procura aumentar a literacia solar, sublinhando a importância de proteger a pele — o maior órgão do corpo humano. “A exposição desprotegida continua a ser um dos maiores fatores de risco. Queremos que os portugueses desfrutem do sol com responsabilidade e consciência”, afirmou Vítor Veloso, presidente da instituição.
Descarregue AQUI a Bula do Sol da LPCC.
Cancro da pele
Dados recentes indicam que dois dos cancros mais frequentes, o basiloma (ou carcinoma basocelular) e o carcinoma espinocelular estão a aumentar 5 a 6% anualmente. Também a incidência do melanoma (cerca de 7% ao ano), o tipo de cancro de pele mais perigoso, tem aumentado de forma significativa nas últimas quatro décadas.
O melanoma é o cancro de pele que pode causar maior taxa de mortalidade (75% das mortes de cancro de pele).
1500
novos casos de melanoma são diagnosticados, por ano, em Portugal
Quais são os sintomas?
A população deve ter em atenção sinais que vão mudando de aspeto, de cor ou de tamanho, que alteram o contorno ou que passam a dar desconforto ou comichão.
Prevenção
- Horas “seguras” são aquelas em que a nossa sombra é maior do que nós próprios (“regra da sombra”);
- É totalmente desaconselhada a exposição solar de bebés com menos de 6 meses e evitar a exposição direta de crianças com menos de 2 anos de idade;
- Use chapéu de abas largas, óculos escuros, e utilize a roupa como “protetor”. Assim, devem privilegiar-se tecidos densos, pouco porosos, porém leves e de cores escuras. A t-shirt (manga curta) e os calções são roupas utilizadas no tempo quente, mas não protegem os braços, nem as pernas;
- Aplique protetor solar, de longo espetro (filtram os UVA e os UVB), com fator de proteção de, pelo menos, 30 (privilegiar as fórmulas em creme em detrimento dos sprays). O protetor deve ser reaplicado, de duas em duas horas, ou após o banho. É importante notar que a proteção que os protetores oferecem é limitada e por isso, estes, devem ser pensados como medida de proteção extra e não como medida de proteção principal;
- Informe-se sobre a radiação UV, através de fontes oficiais. Lembre-se que os danos na pele ocorrem quando o índice de radiação UV é moderado (nível 3) ou superior. Um dia de temperatura amena pode esconder um IUV elevado;
- Não frequente solários: aumentam o risco de cancro, causam envelhecimento prematuro da pele e prejudicam os olhos. A ideia de que o bronzeamento obtido no solário é uma base protetora para um bronzeamento adicional ao sol é um mito.
Fatores de risco
Segundo explica a Liga Portuguesa Contra o Cancro, o sol é fonte de vida e de energia e tem efeitos benéficos sobre a saúde. Mas, se pequenas quantidades de radiação ultravioleta são benéficas e essenciais na produção da vitamina D3, a exposição excessiva à radiação solar poderá ter efeitos graves sobre a saúde. Os danos cumulativos causados pela radiação UV podem levar ao envelhecimento precoce da pele, bem como ao cancro de pele.
O risco de melanoma aumenta se:
- Houver antecedentes de melanoma pessoal ou familiar;
- Houver antecedentes de queimaduras solares graves na infância;
- Possui fototipo claro (pele que queima facilmente ao sol, olhos e cabelos claros);
- Tem vários sinais (mais de 100) de forma, tamanho e cor muito variados;
- Realiza exposições intensas e de curta duração aos raios UVA.
Assista ao seguinte vídeo e perceba o que é o cancro de pele e quais as recomendações do dermatologista e presidente da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo – João Maia Silva – para prevenir este problema de saúde:
Diagnóstico e tratamentos
À semelhança do que acontece com as restantes doenças oncológicas, quando mais precocemente se diagnosticar o melanoma, melhor será o prognóstico.
Conheça AQUI os rastreios disponíveis de norte a sul do país, levados a cabo pela Liga Portuguesa Conta o Cancro (LPCC), até ao final do ano. Para ser elegível para estes rastreios em específico, deverá cumprir com um estes critérios: ter mais de 50 anos; um historial de cancro de pele na família; ter mais de 50 sinais, ter pele e olhos claros, exercer ou ter exercido uma profissão com muita exposição ao sol.
Relativamente aos tratamentos disponíveis, estes podem passar pela cirurgia, quimioterapia, terapêutica biológica ou radioterapia, podendo estes tratamentos ser feitos em associação. Em qualquer estadio do melanoma, podem ser administrados medicamentos para controlar a dor e outros sintomas do cancro, bem como para aliviar os possíveis efeitos secundários do tratamento. Estes tratamentos são designados como tratamentos de suporte, para controlo dos sintomas ou cuidados paliativos. Poderá, ainda existir a possibilidade de participar num ensaio clínico, ou seja, num estudo de investigação de novos métodos de tratamento. (Fonte: LPCC)