A União dos Sindicatos da Madeira (USAM) manifestou hoje o seu "profundo desagrado e discordância" relativamente às declarações proferidas pela secretária regional da Inclusão, Trabalho e Juventude durante as comemorações do Dia do Trabalhador.

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Em comunicado, a organização sindical considera "inaceitável e desrespeitosa" a afirmação de que os trabalhadores da Região Autónoma da Madeira "neste momento não têm razão de queixa", bem como a sugestão implícita de que não existiriam motivos para manifestações.

"A USAM relembra à Senhora Secretária Regional e à opinião pública que o direito à manifestação é um direito fundamental e inalienável, consagrado no Artigo 45.º da Constituição da República Portuguesa, conquistado com a Revolução do 25 de Abril de 1974", refere o documento.

Para a estrutura sindical, "negar ou desvalorizar a legitimidade de os trabalhadores expressarem as suas preocupações e reivindicações é ignorar a história da luta pelos direitos laborais e desconsiderar a realidade que muitos trabalhadores enfrentam diariamente".

A USAM, que se apresenta como "legítima representante dos trabalhadores da Região", destaca vários problemas laborais persistentes na Madeira, como "salários insuficientes, precariedade laboral, condições de trabalho inadequadas e a necessidade de melhores políticas de apoio social".

A organização sindical reafirmou ainda o seu "compromisso inabalável na defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores da Madeira" e apelou ao Governo Regional para que "demonstre maior sensibilidade e reconhecimento face às reais necessidades e anseios da classe trabalhadora" madeirense.