A organização especializada em dados e análises a conflitos ACLED registou cerca de 200.000 incidentes este ano, traduzindo um aumento de 25% nas ocorrências violentas em comparação com 2023.
Com base em quatro indicadores - letalidade, perigo para os civis, disseminação geográfica e fragmentação de grupos armados -, no Índice de Conflitos ACLED 2024 conclui-se que a Palestina é o lugar mais perigoso do mundo, com mais de 81% da sua população exposta a conflitos.
"A Palestina, Myanmar, a Síria e o México ocupam as posições mais elevadas do Índice", segundo a informação divulgada, que inclui ainda no 'top 5' a Nigéria, seguida do Brasil e do Líbano.
Os aumentos mais acentuados de violência registaram-se no Líbano (958%), na Rússia (349%) e em Israel (247%) e pelo menos 233.597 pessoas foram mortas em conflitos em 2024, mais 30% do que os 179.099 mortos registados no ano passado.
O relatório apontou ainda que os bombardeamentos representam agora de 90.000 eventos e quase o dobro da taxa de batalhas e o triplo da taxa de violência direta contra civis.
Os bombardeamentos e a "violência remota" quase duplicaram a partir de 2022, acrescentou o índice, que nota o aumento de mais de 25% por ano desde essa altura.
O "ano eleitoral global conduziu de facto à violência", lê-se ainda no documento, referindo que os países com eleições neste 2024 registaram - em média - um aumento de 63% na violência política nacional, em comparação com um aumento de mais de 21% nos países sem eleições.
Para 2025 foram identificadas 10 áreas de crise que provavelmente "evoluirão" tanto para "melhor como para pior": Israel, Gaza, Cisjordânia e Líbano, Irão, Myanmar, México, Sahel e a costa ocidental de África, Sudão, Ucrânia, Colômbia, Paquistão e a região dos Grandes Lagos.
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Lusa/fim