
O presidente ucraniano confirmou que os líderes europeus “já estão a trabalhar no conteúdo concreto das garantias de segurança” mencionadas na reunião de segunda-feira, em Washington. Isto depois da agência de notícias France-Presse ter avançado que o Presidente francês e o primeiro-ministro britânico estavam a reunir uma “coligação de voluntários” esta terça-feira para discutir as condições para a paz na Ucrânia.
Numa publicação na rede social X (antigo Twitter), Volodymyr Zelensky afirmou que, ao longo desta terça-feira e de quarta-feira, os líderes vão “continuar a preparar os formatos relevantes” e que “os conselheiros de segurança nacional também estão em contacto constante agora”. “Vão existir garantias de segurança”, prometeu Zelensky.
“Agradeço aos nossos parceiros pela sua determinação e apoio. A Ucrânia sente esta força. E faremos tudo para criar um caminho para a paz - através de parcerias, garantias de segurança e da coragem do povo ucraniano”, escreveu ainda Zelensky.
De acordo com informações avançadas pela imprensa internacional após a reunião em Washington D.C., as condições exigidas pela Ucrânia para a paz passarão por comprar cerca de 100 milhões de dólares em armas aos EUA, para garantir o apoio norte-americano à segurança de Kiev, e pelo financiamento das forças militares ucranianas pelos países europeus. As garantias defendidas pela Ucrânia devem ser conhecidas nos próximos 10 dias e possivelmente apresentadas numa cimeira com a Rússia.
As declarações desta manhã surgiram pouco antes de Emmanuel Macron e Keir Starmer organizarem uma chamada com 30 países, na sua maioria europeus, para discutir a recente reunião em Washington D.C. entre alguns dos principais chefes europeus, o Presidente dos Estados Unidos e o Presidente ucraniano, na qual Donald Trump mostrou-se esperançoso que seria possível conseguir um cessar-fogo muito brevemente.
Num dos momentos em que a imprensa esteve presente, Trump sugeriu que poderia mediar um encontro entre Zelensky e Vladimir Putin, algo que ainda não aconteceu desde o início da guerra e que ambos têm mostrado relutância em fazer. O Presidente ucraniano já disse que estava disponível, mas de Putin ainda não é conhecida uma posição desde as últimas reuniões sobre a guerra na Ucrânia.
Na semana passada, Vladimir Putin e Donald Trump encontraram-se pela primeira vez desde a reeleição do líder norte-americano, no Alasca, e pouco depois de Trump ter aumentado o tom das críticas ao Kremlin pelo prolongamento da ofensiva militar na Ucrânia e pelos ataques a civis. Também nessa breve reunião foram discutidas as tais “garantias de segurança”, mas apesar dos desejos de Trump, não houve progresso quanto a um acordo de cessar-fogo ou de paz entre os países.