A Ucrânia terá usado pela primeira vez mísseis britânicos Storm Shadow de longo alcance em território russo. A informação foi divulgada pela Bloomberg, que cita uma fonte anónima.

Os Storm Shadow são mísseis de cruzeiro de longo alcance, com capacidades semelhantes às dos mísseis ATACMS, que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, autorizou a Ucrânia a utilizar em território russo.

O Reino Unido já tinha autorizado o uso de Storm Shadows, mas apenas em território ucraniano. Com este ataque, fica claro que o governo de Keir Starmer deu luz verde à Ucrânia para a utilização de mísseis de longo alcance.

Nos últimos meses, Kiev tem pressionado os parceiros ocidentais para permitirem o uso de armas de longo alcance contra a Rússia, mas só agora viu o apelo a ser atendido. Os países ocidentais dizem que a chegada de mais de 10 mil soldados norte-coreanos para lutar pela Rússia, nas últimas semanas, foi uma escalada que mereceu resposta.

De acordo com a Reuters, nas contas de Telegram de correspondentes de guerra russos foram publicadas imagens dos mísseis a atingirem a região de Kursk. Pelo menos 14 explosões foram ouvidas, tendo-se erguido no local uma coluna de fumo preto. Um canal pró-Rússia, também no Telegram, disse que a Ucrânia disparou até doze Storm Shadows na região de Kursk e publicou fotografias de pedaços de mísseis com o nome Storm Shadow claramente visível.

Um porta-voz do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse que o Governo britânico não irá prestar declarações sobre questões operacionais.

Os Storm Shadows têm um alcance superior a 250 quilómetros e dão à Ucrânia a capacidade de atingir alvos muito mais profundos na Rússia do que antes. O primeiro uso do míssil balístico ATACMS dos EUA aconteceu esta terça-feira. Com um alcance de até 300 quilómetros, foi disparado contra um arsenal russo na região de Bryansk.

A autorização dos Estados Unidos ao uso de armas de longo alcance contra território russo mereceu duras críticas por parte de Moscovo, que anunciou um endurecimento da doutrina nuclear com vista a reduzir o limite para o uso de armas atómicas. Washington disse que não sentia necessidade de ajustar a sua própria postura nuclear e acusou a Rússia de recorrer a uma retórica irresponsável.