A Tesla tenciona duplicar a produção de veículos elétricos nos Estados Unidos nos próximos dois anos, afirmou na terça-feira o presidente do fabricante, Elon Musk, na Casa Branca durante uma sessão pública de apoio do Presidente Donald Trump.

"Como parte das grandes políticas do Presidente Trump e da sua administração, e como um ato de fé na América, a Tesla vai duplicar a sua produção nos Estados Unidos nos próximos dois anos", disse Musk, um conselheiro próximo do Presidente republicano, enquanto ao lado de Trump admirava modelos da Tesla dispostos numa das entradas da Casa Branca.

Musk tem-se envolvido em sucessivas polémicas pelo seu papel no departamento encarregue de cortar os gastos do Estado norte-americano (DOGE, na sigla em inglês), por apoiar publicamente partidos de extrema-direita como o alemão AfD e por criticar duramente os governos de países europeus aliados dos Estados Unidos.

Os clientes da Tesla recorreram às redes sociais para mostrar a sua oposição a Musk e alguns chegaram ao ponto de vender ou trocar o seu veículo Tesla por outro de outra marca para mostrar o seu desagrado em relação a Musk, que também é dono da rede social X.

Nos Estados Unidos, as autoridades estão a investigar as causas do incêndio que destruiu quatro veículos Tesla em Seattle (oeste) no domingo à noite, noticiou o New York Times na segunda-feira, dando também conta que várias estações de carregamento já tinham sido incendiadas perto de Boston (leste).

As vendas da Tesla têm vindo a recuar em vários países europeus e no Canadá, países onde as posições políticas assumidas pelo empresário o têm tornado alvo de fortes críticas.

As ações da Tesla perderam mais de 50% desde o seu pico, em dezembro passado, e a fortuna de Musk caiu cerca de 70 mil milhões de dólares (64 mil milhões de euros) num mês, embora continue a ser considerado o homem mais rico do mundo, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.

A confusão na estratégia de tarifas alfandegárias de Trump e o impacto na economia fizeram com que os mercados sofressem uma queda na semana passada, à medida que aumentava o medo de que os Estados entrem em recessão.

Perante a imprensa norte-americana e numa acção de relações públicas de apoio a Musk com direito a diretos televisivos, Trump recebeu na Casa Branca o empresário, escolhendo entre diversos modelos da Tesla um que prometeu comprar.

"Ele não pode ser punido por ser um patriota", disse o Presidente norte-americano, ao lado do multimilionário e do filho deste.

"Vou comprar um" Tesla porque é "um produto muito bom" e porque Elon Musk foi "tratado de forma muito injusta", disse o republicano de 78 anos.

Trump e Musk entraram em seguida no carro que este último tinha escolhido, um Tesla Model S vermelho.

O Presidente norte-americano precisou que pagaria por cheque, mas disse que "não estava autorizado a conduzir porque [não] conduzia um carro há muito tempo", pelo que o automóvel seria posto à disposição dos seus funcionários na Casa Branca.

O republicano também gracejou que não iria pedir um desconto a Musk, que foi o mais generoso contribuinte para a sua campanha eleitoral vitoriosa em novembro de 2024.

Na segunda-feira, a plataforma X foi alvo de um ciberataque que a inutilizou por alguns períodos, levando Elon Musk a proclamar que a mesma teve origem na Ucrânia, país que é alvo dos seus frequentes ataques.

"Somos atacados todos os dias, mas isto foi feito com muitos recursos. (...) Um grupo grande e coordenado e/ou um país está envolvido", escreveu numa publicação na rede social Musk.

Musk não apresentou quaisquer dados que substanciem a acusação e um grupo de ciberpiratas denominado Dark Storm Team reivindicou o ataque.