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"Bem, nós damos à Jordânia e ao Egito milhares de milhões de dólares por ano. Por isso, fiquei um pouco surpreendido por eles terem dito o que disseram", sublinhou Donald Trump, referindo-se à recusa dos dois países em acolher os habitantes de Gaza, como proposto pelo Presidente dos EUA.
Trump fez a declaração na sexta-feira, num programa de rádio da Fox News, onde falou por telefone, parecendo recuar num plano que provocou um clamor internacional e encontrou forte oposição dos países árabes.
"E eu digo que o meu plano é o caminho a seguir. Acho que é um plano que realmente funciona, mas não o vou impor. Vou apenas sentar-me e recomendá-lo", acrescentou, citado pela agência France-Presse.
Donald Trump falava no momento em que vários países do Golfo, o Egito e a Jordânia realizavam uma cimeira informal em Riade, na sexta-feira, para discutir um plano alternativo, numa altura em que estes países condenaram unanimemente o plano do Presidente norte-americano de transformar a Faixa de Gaza numa "Riviera do Médio Oriente".
O plano, considerado irrealista por muitos observadores, implicaria que os Estados Unidos da América assumissem o controlo do território devastado por mais de 15 meses de guerra entre Israel e o Hamas e transferissem os seus 2,4 milhões de habitantes para a Jordânia e o Egito.
O projeto provocou um clamor internacional, mas Israel apoiou-o. Donald Trump reiterou várias vezes a sua vontade de o concretizar.
Quinze meses de guerra entre o Hamas e Israel na Faixa de Gaza provocaram mais de 48.000 mortos e um elevado nível de destruição de infraestruturas no território controlado pelo grupo extremista palestiniano desde 2007.
A ofensiva israelita foi desencadeada por um ataque do Hamas contra Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e o rapto de 250 pessoas que foram levadas como reféns para a Faixa de Gaza.
Os combates cessaram em 19 de janeiro, no âmbito de um acordo de cessar-fogo negociado por vários mediadores internacionais: Estados Unidos, Qatar e Egito.
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