Teve início na segunda-feira, 14 de junho, o julgamento que coloca a fabricante de automóveis elétricos Tesla no banco dos réus. Em causa está a morte de uma estudante universitária, Naibel Benavides Leon, em abril de 2019, nos arredores de Key West, na Flórida. A jovem foi atropelada por um Tesla em modo piloto automático enquanto observava as estrelas com o namorado, que ficou gravemente ferido.
Nessa noite, George McGee, proprietário do Tesla Model S, circulava em modo piloto automático a mais de 100 km/h. O veículo ignorou um semáforo vermelho e acabou por colidir com um SUV, projetando Naibel a mais de 20 metros e causando ferimentos graves ao seu namorado.
O homem não foi constituído arguido, uma vez que alcançou um entendimento com a família da jovem. No entanto, o mesmo não aconteceu com a Tesla, Elon Musk, que se vê agora envolvida num raro processo judicial — ao contrário de outros casos semelhantes que foram arquivados ou resolvidos através de um acordo.
Segundo a NBC News, o magnata não esteve presente no tribunal na segunda-feira.
Tesla responsabiliza condutor
Os advogados da família de Naibel Benavides Leon argumentam que o sistema de piloto automático ignorou por completo os sinais de trânsito e deveria ter travado ou, pelo menos, alertado o condutor para a presença de obstáculos com os quais o veículo pudesse colidir, sobretudo circulando a alta velocidade.
Por outro lado, a Tesla rejeita qualquer responsabilidade e atribui a culpa a George McGee, que descreve como um “condutor distraído”, sublinhando que o sistema de piloto automático não dispensa supervisão humana constante.
O juiz autorizou a inclusão de indemnizações punitivas no julgamento, algo pouco habitual neste tipo de processos. Se a Tesla for considerada negligente, poderá ter de pagar uma indemnização elevada.