A guarda costeira britânica anunciou esta terça-feira o fim das buscas pelo desaparecido na colisão no Mar do Norte, ao largo da costa inglesa, entre um cargueiro com bandeira portuguesa e um petroleiro fretado pelo exército norte-americano.

Matthew Atkinson, Comandante de Divisão da Guarda Costeira britânica, indicou que 36 membros da tripulação foram trazidos para terra "sãos e salvos e uma pessoa foi hospitalizada".

"Um membro da tripulação do Solong (cargueiro) continua desaparecido. Após uma busca intensiva, infelizmente não foi encontrado e as buscas terminaram", declarou Atkinson.

A colisão, registada na segunda-feira, desencadeou uma operação de salvamento envolvendo barcos salva-vidas, aviões da guarda costeira britânica e navios comerciais.

Citando um relatório do fornecedor de dados marítimos Lloyd's List Intelligence, a estação BBC noticiou que o cargueiro Solong, de com bandeira portuguesa e operado por uma empresa alemã, transportava 15 contentores do produto químico cianeto de sódio, entre outras cargas.

O composto químico altamente tóxico é utilizado na indústria para limpeza de metais e fabrico de vários produtos químicos, entre outros usos.

O armador do Solong, Reederei Koepping, ainda não comentou o acidente nem indicou se algum dos materiais transportados terá sido derramado no mar.

Petroleiro sofreu rutura e derramou combustível Jet-A1

Jillian Morris, porta-voz do comando de transporte marítimo militar norte-americano, que depende do Departamento da Defesa (Pentágono), confirmou que o petroleiro Stena Immaculate, abalroado pelo cargueiro, estava fretado pelo exército dos Estados Unidos.

A empresa norte-americana de gestão marítima Crowley, que opera o petroleiro, já tinha indicado que o navio continha combustível Jet-A1, destinado à força aérea norte-americana que opera de várias bases no Reino Unido.

A companhia indicou que o petroleiro "sofreu uma rutura do tanque de carga" causada pelo choque, provocando um incêndio e "múltiplas explosões a bordo", com o combustível derramado no mar.

Os cientistas afirmam que o impacto ambiental poderá ser menos grave do que o de um derrame de crude.

"Embora as imagens pareçam preocupantes, do ponto de vista do impacto no ambiente aquático, é menos preocupante do que se tratasse de crude, porque a maior parte do combustível de avião se evaporará muito rapidamente", garantiu Mark Hartl, do Centro de Biodiversidade Marinha e Biotecnologia da Universidade Heriot-Watt, na Escócia.