Ao contrário de outros cidadãos estrangeiros, atualmente os residentes de Hong Kong e Macau podem candidatar-se à residência permanente e obter bilhete de identidade de Taiwan após um ano a residir na ilha.

Taiwan está agora a considerar alterações, que estabelecem que cidadãos provenientes das duas regiões administrativas chinesas tenham de residir na ilha quatro anos antes de se tornarem elegíveis para a residência permanente, disse, na segunda-feira, um responsável familiarizado com o assunto, citado pelo jornal Taipei Times.

Pretende-se com as alterações evitar a influência do Partido Comunista Chinês (PCC) em Taiwan através da imigração de Hong Kong e Macau, declarou a mesma fonte, que pediu para não ser identificada.

A medida faz parte de uma "reforma legislativa relacionada com a segurança nacional", acrescentou.

Uma outra alteração que está a ser considerada, referiu a mesma fonte, é acabar com atribuição de cidadania a pessoas de Hong Kong e Macau com residência de longa duração.

Ainda de acordo com as alterações propostas, os requerentes de residência de Hong Kong ou Macau que tenham trabalhado para o Partido Comunista da China (PCC), para as forças armadas chinesas ou para instituições públicas chinesas vão ser objeto de análise rigorosa e os pedidos podem ser recusados, continuou.

Considerando que há uma cada vez maior integração das duas regiões semiautónomas na China e que o PCC tem utilizado uma estratégia de "limpeza da população" para transferir um grande número de cidadãos chineses para esses territórios, o funcionário afirmou que a atual política tem de ser ajustada, lê-se num outro artigo, divulgado pelo portal Taiwan News e que cita o Liberty Times, versão chinesa do Taipei Times.

De acordo com a Organização das Nações Unidas, a "limpeza étnica" consiste em tornar uma área etnicamente homogénea, utilizando a força ou a intimidação para remover, de uma determinada área, pessoas de outro grupo étnico ou religioso.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, quando o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas.

Pequim considera Taiwan parte do território chinês e ameaça a reunificação pela força.

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