
Andando de um lado para o outro e por vezes poiando-se no púlpito, Booker aborda desde segunda-feira na sala de plenário da câmara alta do Congresso norte-americano alguns dos aspetos mais polémicos da administração Trump, como os cortes na administração pública liderados pelo Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) do conselheiro presidencial Elon Musk, segundo a AP.
Já visivelmente cansado, de acordo com a mesma fonte, enumerava esta tarde os impactos das primeiras ordens de Trump, destacando preocupações de que possam estar para vir cortes nas prestações da Segurança Social, embora os legisladores republicanos digam que o programa não será afetado.
Booker alertou para a gravidade dos tempos que os Estados Unidos atravessam: "Estes não são tempos normais na nossa nação".
"E não devem ser tratados como tal no Senado dos Estados Unidos. As ameaças à democracia e ao povo americano são urgentes, e todos devemos fazer mais para nos posicionarmos contra elas", apontou.
O recorde do discurso mais longo no Senado é de Strom Thurmond, da Carolina do Sul, com uma intervenção de 24 horas e 18 minutos contra a Lei dos Direitos Civis de 1957.
À medida que o seu discurso foi avançando, Booker foi recebendo ajuda de colegas democratas, que lhe concederam uma pausa pedindo para fazer uma pergunta ou um comentário de elogio à sua prestação.
Booker fez questão de dizer que não abdicaria da palavra e manteve-se continuamente de pé, para cumprir as regras do Senado.
De acordo com os jornalistas presentes, Booker parece não ter nada além de alguns copos de água para suportar a maratona discursiva.
Cory Booker, democrata de Nova Jersey de 55 anos, cumpre o segundo mandato no Senado dos EUA. Em 2020, foi candidato à presidência, mas abandonou a corrida depois de não ter conseguido um lugar destacado em debates e nas sondagens.
Antes de chegar ao Senado, Booker foi entre 2006 e 2013 presidente do município de Newark, cidade onde nasceu e que alberga uma das maiores comunidades luso-americanas. Nesse ano, foi eleito para o Senado, tendo sido reeleito em 2020.
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