Entre o momento em que começou a fuga dos cinco reclusos detidos na cadeia de Vale de Judeus e a altura em que os guardas prisionais deram por ela, levou 65 minutos. Já o tempo que demorou para que fosse avisada a polícia criminal competente – neste caso, a GNR – foi ainda muito superior: 83 minutos.
Estas são conclusões do relatório do inquérito preliminar à atuação dos serviços de vigilância e segurança, após a fuga de cinco reclusos do estabelecimento prisional, no último sábado. A cronologia dos factos foi apresentada, esta terça-feira, pela ministra da Justiça, naquela que foi a primeira declaração da governante desde o episódio da fuga, no último sábado.
A cronologia da fuga:
- às 9h55: começa a operação de fuga dos cinco, “com a intrusão de três indivíduos” no perímetro externo da cadeia;
- às 9h57: começa a evasão dos reclusos;
- às 10h01: o último recluso em fuga ultrapassa a vedação exterior da cadeia;
- às 11h00: a fuga é detetada por dois guardas;
- entre as 11h04 e as 11h08: o alerta é dado a toda a corporação;
- às 11h10: o diretor da cadeia de Vale de Judeus é informado;
- às 11h18: é dado o alerta à GNR;
- às 11h19: é informada a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais;
- às 12h00: o diretor da cadeia confirma à Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais a identidade dos cinco reclusos;
- às 12h30: os serviços centrais e a ministra são informados da fuga.
A ministra da Justiça considerou que houve “desleixo, facilidade, irresponsabilidade e falta de comando”, na fuga dos cinco reclusos do estabelecimento prisional de Vale de Judeus.
Rita Alarcão Júdice anunciou, por isso, esta terça-feira, que aceitou a demissão do diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais e que este será substituído por Isabel Leitão, até aqui subdiretora-geral. Foi também ordenada uma “auditoria urgente aos sistemas de segurança" de todas as prisões do país”, além de uma “auditoria de gestão” ao sistema prisional.