O Partido Reagir Incluir Reciclar (RIR) manifestou, esta tarde, a sua "perplexidade e total desacordo" com as recentes declarações do Presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, considerando que "continuam a revelar uma visão elitista e completamente desalinhada com as reais necessidades da população madeirense".

Em comunicado, o RIR critica a escolha das prioridades do executivo madeirense, num momento em que "milhares de madeirenses enfrentam diariamente problemas sérios, como a degradação dos serviços de saúde, a escassez de habitação acessível, os baixos salários, a mobilidade deficiente e a precariedade social".

"O Presidente do Governo Regional escolhe apontar como prioridades a substituição de cadeiras de plástico em esplanadas e o regresso dos helicópteros turísticos para transportar visitantes entre campos de golfe", sublinhou.

É, no mínimo, ofensivo que, num momento em que os serviços públicos da Região gritam por investimento, o foco do Governo esteja em facilitar deslocações aéreas entre o Santo da Serra e a futura infraestrutura de golfe na Ponta do Pargo. O argumento de que esta mobilidade aérea é "fundamental" para o turismo de alto rendimento revela uma governação centrada nas elites e nos interesses privados, e não nas pessoas que vivem, trabalham e lutam diariamente por melhores condições na Madeira. Liana Reis, coordenadora regional do Reagir Incluir e Reciclar (RIR)

A crítica estende-se também à gestão do processo dos helicópteros, com o partido a sublinhar que "Miguel Albuquerque, ao admitir publicamente que não sabe o que se passa com os entraves burocráticos ao concurso, está a demonstrar a falta de liderança e de coordenação num governo que se perde em prioridades absurdas".

Nesse sentido, o RIR exige que os recursos públicos e as estratégias de desenvolvimento regional estejam ao serviço da maioria da população e não de uma minoria privilegiada. "A Madeira precisa de políticas com os pés no chão, não de projectos que vivem nas nuvens", frisou.