
A Ribeira Brava volta a ser palco da Festa Luso-Venezuelana, que se realiza entre os dias 8 e 10 de agosto, numa edição que promete reforçar o elo afectivo entre a Madeira e a Venezuela. Esta será a 14.ª edição de “um evento que nasceu com dimensão modesta mas que, ao longo dos anos, se afirmou como uma das maiores celebrações da identidade luso-descendente na Região”.
Durante três dias, a marginal da vila será invadida por sons, sabores e afetos que atravessam o Atlântico. Entre o som do mariachi, o ritmo zuliano, as bandas locais e os DJs da nova geração, o programa multicultural da festa presta homenagem às comunidades emigrantes, sobretudo madeirenses, que ao longo do século XX partiram para a Venezuela em busca de melhores oportunidades.
“Segundo dados do Observatório para a Emigração, entre 1990 e 2024 mais de 68 mil portugueses residiram na Venezuela, dos quais mais de 50 mil são madeirenses. Muitas dessas famílias têm raízes profundas na Ribeira Brava e nas freguesias vizinhas, como a Tabua, Serra de Água e Campanário”, começou por referir o vice-presidente Câmara da Ribeira Brava.
“Mais do que uma festa, esta é uma declaração de amor à nossa história comum com a Venezuela. Às famílias que partiram, às que regressaram, às que aqui continuam a dar vida à nossa terra”, afirmou o autarca, acrescentando que “há um património emocional que atravessa gerações e esta festa é, todos os anos, uma forma de o manter vivo, com música, alegria e sentido de pertença”.
Para Jorge Santos, a Festa Luso-Venezuelana representa também um compromisso com a diáspora e a valorização das raízes: “Celebramos a diversidade, mas também a unidade. Esta é a Ribeira Brava que acolhe, que respeita e que projecta a sua identidade com orgulho”.
A autarquia destaca ainda o apoio de vários parceiros institucionais, com especial agradecimento ao Diário de Notícias da Madeira, “pelo envolvimento desde a primeira hora, contribuindo para dar visibilidade e prestígio a uma iniciativa que é de todos”.
Com alma e identidade próprias, a Festa Luso-Venezuelana é, acima de tudo, uma homenagem à resiliência da diáspora e à força dos afectos que resistem ao tempo e à distância. A organização convida agora todos a participarem e a viverem esta celebração como um verdadeiro reencontro com as raízes.