
O Hamas ainda está a preparar a resposta à proposta de Israel para um cessar-fogo na Faixa de Gaza, adiantou hoje um alto responsável do movimento islamita palestiniano.
O responsável reafirmou ainda, em declarações à agência France-Presse (AFP), que está fora de questão que o Hamas negocie o seu desarmamento, condição imposta por Israel para pôr fim à guerra que dura há 18 meses no território palestiniano.
Fonte do movimento islamita palestiniano tinha revelado na terça-feira que Israel pede a devolução de 10 reféns vivos em troca de uma trégua de "pelo menos 45 dias".
Israel oferece ainda na proposta a libertação de 1.231 prisioneiros palestinianos detidos e a autorização de entrada de ajuda humanitária em Gaza.
Na primeira fase das tréguas, entre 19 de janeiro e 17 de março, foram libertados 33 reféns, oito dos quais mortos, em troca da libertação por Israel de cerca de 1.800 prisioneiros palestinianos.
O Exército israelita anunciou hoje que transformou 30% do território palestiniano na Faixa de Gaza numa zona tampão, onde continua implacavelmente a sua ofensiva devastadora e mortífera.
Israel também descartou a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, onde cercou cerca de 2,4 milhões de palestinianos desde o início da guerra.
Após uma trégua de dois meses, o Exército israelita retomou os seus bombardeamentos aéreos e depois a sua ofensiva terrestre na Faixa de Gaza a 18 de Março, com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a acreditar que o aumento da pressão militar obrigaria o Hamas a devolver os reféns feitos durante o ataque de 7 de Outubro.
Os militares disseram ainda que atacaram cerca de 1.200 "alvos terroristas" por via aérea e realizaram mais de 100 "assassinatos seletivos" desde 18 de março.
Por sua vez, a Jihad Islâmica, um grupo armado palestiniano aliado ao Hamas, divulgou um vídeo de um refém israelo-alemão vivo, que se identificou como Rom Braslavski, um segurança que tinha 21 anos na altura do seu rapto.
Na gravação de quase sete minutos, claramente filmada sob coação, o refém implora ao primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e ao Presidente dos EUA, Donald Trump, pela sua libertação.
Israel declarou a 07 de outubro de 2023 uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas, na maioria civis, e sequestrando 251.
A guerra naquele território palestiniano fez, até agora, mais de 51.000 mortos, na maioria civis, incluindo mais de 18.000 crianças, e mais de 111.000 feridos, além de cerca de 11.000 desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros, e mais alguns milhares que morreram de doenças, infeções e fome, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.