
A Renault anunciou esta quinta-feira que registou prejuízos de €11.185 milhões no primeiro semestre, devido à mudança no tratamento contabilístico da sua participação na Nissan.
A construtura automóvel francesa, explicou em comunicado, como já havia antecipado no dia1 de julho, que contabilizou nos seus resultados uma perda de€9.300milhões, sem consequências para a caixa, devido à modificação do valor que atribui aos 35% do capital que detém da Nissan. Esta alteração contabilística, acrescenta-se ainda um encargo de€2.300milhões pelas perdas do seu parceiro japonês no primeiro semestre.
Excluindo o impacto da Nissan, a Renault alcançou nos primeiros seis meses de 2025 um lucro de €461 milhões, face aos €1.469 milhões registados no período homologo do ano passado.
A margem operacional caiu para €1.653 milhões, contra €2.175 milhões, representando 6% da faturação e, desse total, €989 milhões corresponderam ao negócio puramente automóvel, em comparação com €1.600 milhões registados no ano passado.
A construtura automóvel francesa justifica esta queda com as descidas nas vendas de carrinhas e com a comercialização de veículos elétricos, que na fase inicial da tecnologia são mais caros na produção e enfrentam uma forte concorrência no mercado europeu, o que representou um impacto negativo de €444 milhões, porém a Renault admite que grande parte será revertido no segundo semestre do ano.
O novo CEO da Renault, FrançoisProvost, admitiu que os resultados do primeiro semestre, num contexto de mercado difícil, não estavam em linha com as suas “ambições” iniciais.
No entanto,Provostinsistiu que a administração já lançou um conjunto de medidas para atingir os seus objetivos e observou que, além do resultado líquido, a rentabilidade do grupo Renault continua a ser uma “referência” no setor.
“Numambiente altamente disruptivo, estamos focados no que controlamos:energizar as nossasequipas, priorizar o investimento em produtos, entregar o melhor desempenho da categoria ealavancar a nossarede única de parceiros. Estou convencido de que o Grupo está bem posicionado para entregar valor sustentável e de primeira classe nos próximos anos”, disse FrançoisProvost, CEO do Grupo Renault.
A Renault reviu ainda em baixa as suas perspetivas financeiras para 2025, “tendo em conta a deterioração da dinâmica do mercado automóvel, com o aumento da pressão comercial por parte dos seus concorrentes e a antecipação da continuação da queda do mercado”.
Desta forma, a Renault antecipa uma margem operacional “de cerca de 6,5%”, em vez dos “pelo menos 7%”, como estimava quando apresentou os resultados anuais em fevereiro, e um fluxo de caixa “entre€1.000e€1.500milhões”