Em declarações à Lusa, à margem de uma conferência organizada pela Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, Agostinho Van-Dúnem sublinhou mesmo que foi na primeira administração de Donald Trump, que venceu as eleições e volta em janeiro ap cargo de Presidente, que foram dados "saltos importantes" na cooperação entre Angola e os EUA.

"Com a nova administração Trump, continuaremos a trabalhar para fortalecer as nossas relações em benefício dos dois países. Não creio que haverá retrocesso nesta cooperação", referiu.

Apontou que os EUA "vão continuar a precisar de alguns elementos que estão no continente africano e em Angola em particular, "para o seu próprio interesse em termos de política externa".

"E é aí onde eu acho que nós vamos continuar a cooperar", acrescentou, admitindo que Angola poderá ser parceira dos Estados Unidos na luta contra o terrorismo e contra o tráfico de seres humanos, na área nos minerais críticos de Angola e na expansão das relações comerciais com os países africanos.

Agostinho Van-Dúnem ressalvou que a Angola "não abandonou" os seus parceiros tradicionais, como China e Rússia, estando apenas a apostar numa "cooperação mais diversificada", com foco também em países emergentes como Brasil e Índia.

"Não vemos que tenhamos abandonado parceiros em detrimento de outros parceiros, o que nós estamos a fazer é aprofundar e a diversificar as nossas relações. Não podemos estar condicionados à relação com um único país, temos de ser muito bons a fazer equilíbrios", afirmou.

Frisou que Angola tem trunfos importantes como os "enormes" recursos naturais, uma localização estratégica e uma população muito jovem, o que faz com que o país seja olhado com atenção por várias potências económicas.

"A Angola, por exemplo, é uma ponte entre os EUA e o continente africano. A China e os EUA vão precisar, no futuro, dos minerais críticos que Angola e o continente africano têm", frisou, dias antes da visita do Presidente cessante, Joe Biden, a Luanda.

Ainda sobre as relações entre Angola e a União Europeia, Agostinho Van-Dúnem disse que "estão boas e num patamar de evolução".

"Eu destaco a cooperação naqueles setores que, por exemplo, não são os setores petrolíferos, nomeadamente a cooperação e assistência técnica para o domínio da boa governação, da transparência, da gestão dos recursos públicos, em matéria de direitos humanos, porque esta cooperação ajuda a fortalecer as nossas instituições", adiantou.

Por isso, vaticinou "muito boas relações" com a União Europeia.

"Temos interesses comuns, a questão da segurança, a questão do terrorismo e Angola pode posicionar-se como um parceiro estratégico da União Europeia e é isso que eu acho que vai acontecer", rematou.

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